O sonambulismo envolve, basicamente, uma série de
comportamentos que não são esperados durante o sono, como levantar-se e falar.
E se, durante o descanso, a pessoa tiver relações sexuais e não se lembrar de
nada?
Por mais estranho que possa parecer, este distúrbio do sono
é real e a condição é conhecida por sexônia ou sexonambulismo.
Além de polêmico, o problema pode ser perigoso tanto para a
pessoa que o sofre quanto para os seus familiares e companheiros.
De acordo com o neurologista Lucio Huebra, membro da
Academia Brasileira de Neurologia e da equipe DFV Neuro, em declarações à
publicação Ativo Saúde, a sexônia é um distúrbio que faz com que a pessoa
pratique algum ato sexual enquanto dorme de forma inconsciente. Afetando cerca
de 7% da população mundial.
Trata-se de um tipo de parassonia, ou seja, um comportamento
anormal durante o sono que atualmente é dividido em dois grupos:
- Parassonias do sono REM (período em que acontecem os
sonhos);
- Parassonias não-REM, que também são chamadas de
parassonias do despertar: caracterizam-se por despertar parcial associado a
comportamentos como falar durante o sono (sonilóquios), andar e utilizar
objetos (sonambulismo), além da paralisia do sono e o despertar confuso.
Segundo o neurologista, “o sonambulismo sexual é um episódio
de despertar parcial em que o paciente tem uma atividade sexual não motivada
por sonhos e sem plena consciência do ato, o que explica porque ele não se
lembra do fato no dia seguinte”.
Apesar de ser mais comum em homens (predomínio de 67 a 81%
dos casos), também acontece com as mulheres. Seu início é mais comum em
adultos, entre os de 26 e os 33 anos.
Como ocorre o sexonambulismo?
A sexônia é um ato automático que resulta de uma falha no
sistema nervoso, que se manifesta durante a transição do sono superficial para
o profundo por meio de um despertar parcial.
Neste caso, o lobo frontal do cérebro (responsável pelos
pensamentos, emoções e juízos de valores) permanece 'fechado', impedindo que as
memórias do momento sejam processadas.
Quem sofre de sexonambulismo fica de olhos abertos, consegue
visualizar, interpretar e interagir com o ambiente, porém sem o julgamento
crítico adequado e, neste caso, com comportamento sexual exacerbado. Como não
há lembranças do ocorrido, frequentemente os indivíduos sentem-se constrangidos
quando lhes contam o que aconteceu.
“Pode ocorrer em diferentes formas e frequência, como num
único episódio na vida ou várias vezes na semana”, explica o neurologista Lúcio
Huebra.
Notícias ao Minuto
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