quinta-feira, 19 de julho de 2018

Feminicídio - É o assasinato de uma mulher pela condição de ser mulher


No Brasil o feminicídio cresce a cada dia, mulheres são assassinadas por seus maridos ou namorados por não aceitarem a separação, são assassinadas por facções criminosas, por milícias.  Mulheres que fazem parte de facções, são barbaramente assassinadas por "homens" que querem mostrar seu poder. Escrevem um texto onde as mesmas são filmadas e obrigadas a lerem, falando porque serão executadas  com requintes de crueldade. Cortam-lhes os cabelos, são amarradas, apanham com pedaços de madeira, as executam e cortam-lhes a cabeça para satisfazerem seus instintos animalescos e assim, mostrarem seu poder. No Ceará, até às 7:23h da manhã de 17 de julho de 2018, foram assassinadas 273 mulheres, um número assustador que continua crescendo, não só no Ceará, mas, no País inteiro. Um dos casos de repercussão no Estado de Pernambuco, foi o assassinato da fisioterapeuta Tássia Mirella. A partir daí, foi criado o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.

Maridos ou namorados que não suportam verem suas mulheres bem vestidas, maquiadas, perfumadas, despertam um enorme ciúme que em sua mente, a mulher está querendo impressionar alguém e começam a humilhá-las verbalmente, ao ponto de um dia sentirem necessidade de espancar. Ficam marcadas não só no corpo, mas na mente e na alma. Por não suportar as agressões essas mulheres separam-se, mas o machismo impregnado  em suas veias, em suas mentes,  não aceitam a separação e terminam por assassiná-las com todo o ódio que lhe toma o corpo, com práticas da violência sexual, tortura, mutilação, esquartejamento, antes ou depois do assassinato e sem arrependimentos, sem culpas.

"O feminicídio representa a última etapa de um continuun de violência que leva à morte. Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero hierárquico e desiguais. Precedido por outros eventos, tais como abusos físicos e psicolígicos, que tentam submeter as mulheres a uma lógica de dominação masculina e a um padrão cultural de subordinação que foi aprendido ao longo de gerações".
Lourdes Bandeira, socióloga, pesquisadora e professora da Universidade de Brasília.

Mulheres emponderadas, guerreiras, que vão à luta, não se intimidam com ameaças, não comungam com o sistema, com as injustiças sociais, que lutam pela igualdade de direitos, são executadas por covardes que, na "tocaia", calam a voz de uma minoria que depositaram esperança de um espaço na sociedade, de igualdade de direitos, mulheres essas que não aceitam serem chamadas de sexo frágil ,  são fortes,riem, choram, amam, sofrem por amor, mas erguem suas cabeças e seguem em frente,  pois, a vida continua e se for necessário, recomeçam do zero, pois não sentem medo do recomeço, são MULHERES. O crime de Feminicídio esta previsto na Lei n 13.104/2015, que alterou o art.121 do Código Penal (Decreto-Lei n 2.848/1940).

A Lei Maria da Penha (Lei n 11.340/2006: qualquer ação ou omissão baseada no gênero ou que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto, independente de relação sexual. Feminicídio foi adicionado aos crimes hediondos (Lei n 8.072/1990), a pena prevista é de reclusão de 12 à 30 anos.

"Quem mata as mulheres no Brasil todo é o machismo. Não basta só prender o assassino, mas trabalhar a sociedade para que a mulher não morra".
Delegada Gleide Ângelo

O que está se fazendo para reverter esse quadro? A justiça está fechando os olhos para o Feminicídio ou as Leis precisam ser reformuladas? Mulheres que são vítimas de Feminicídio,  quando o assassino vai ser julgado, por vezes é a vítima e a executada, a mulher, é a RÉ por entender o juíz, que a mesma provocava o ex marido com suas vestes.  Homens executam mulheres todos os dias e muitos deles não se aplicam a Lei Maria da Penha por existirem brechas  na  Lei, as quais os advogados as encontram e libertam por fiança os executores. Até quando os Legisladores vão fechar os olhos para um crime tão sério que é o Feminicídio? Há um ditado que diz: "só fechamos a porta depois de roubados". Acredito que não seja necessário acontecer Feminicídio nas famílias dos legisladores para que as audiências de custódia acabem.


Meninas, moças, namoradas, mulheres, esposas, mães, trabalhadoras, guerreiras. Assassinadas.


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