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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Presidente da AMAS Mata Sul fala sobre associação do grupo LGBT


A  Presidente da  AMAS - LGBT,  Associação  Mata Sul de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais  Hewrya Lima, nos  falou que a Associação  surgiu a partir de uma reunião na casa do pai de santo Israel no Terreiro dos Palmares onde,  sentimos a necessidade de uma maior visibilidade do grupo LGBT da cidade dos Palmares. Fundamos a nossa associação  em 2013. Quem estava à frente do movimento foram Basílio e Abidiel Júnior que na ocasião me convidaram para fazer parte da diretoria. Basílio que era o presidente na época, queria todos os seguimentos LGBTs na diretoria, gays, lésbicas, bissexuais, mulheres trans e meninos trans. Explicando um pouco sobre o homem trans que ainda não se manifestou na associação, mas que sabemos que existe e conhecemos vários, foram criados como meninas, que devem ser comportadas, não podem brincar com meninos nem com  os brinquedos  deles, devem ser recatadas e do lar, e isso fez com que os meninos trans fossem mais retraídos que as mulheres trans que foram criadas como meninos, mais livres, dando a cara à tapa mesmo, somos meninas trans assumidas.

Fui à busca de conhecimentos para soerguer a nossa associação e conheci uma ativista LGBT, a travesti  Maria Da niela de Mendonça Motta  que participa de várias associações, inclusive, Daniela é  Engenheira Agrônoma  que me deu o suporte que precisava, e outras pessoas como Isabela Gomes, que está cursando duas faculdades, sem esquecer da nossa Vereadora Paulete que é menina trans e também nos dá um suporte, montamos a cara da nova gestão da AMAS. Temos 20 associados, é um número pequeno, mas hoje temos força e conseguimos dar visibilidade a associação, tanto no meio político como no social. Fazemos nossas reuniões mensalmente na casa de Bruna por não termos sede própria. Participamos de vários eventos na cidade, região e fora dela nos capacitando e buscando conhecimentos para ampliar a AMAS, dessa forma, podemos passar informações não só para o grupo LGBT como também para os héteros. Nosso propósito maior é abranger a AMAS para toda a  Mata Sul, mas ainda não temos condições financeiras para dar suporte as cidades da região, mas chegaremos lá, acreditamos nisso.

Um problema que persegue o grupo de trans e travestis, e é real, é a nossa  perspectiva de vida que é de 35 anos  pelo fato de algumas travestis por não terem estudo caem na prostituição, e uma boa parte acaba entrando nas drogas, roubam seus clientes para sustentarem o vício e acabam assassinadas pelos clientes que vão buscar o que as mesmas roubaram, e a AMAS tem  em um dos tantos objetivos, mudar esse quadro capacitando, conversando e mostrando caminhos para não caírem na prostituição.  Muitas travestis apanharam, morreram para que nós, conhecendo suas  histórias pudéssemos mudar esse quadro, e é isso que estamos fazendo, nos capacitando, buscando parceiros no mercado de trabalho, enviando nossos projetos ao comércio das cidades com os currículos de alguns associados que são capacitados para o mercado de trabalho, nossa proposta está sendo analisada e se Deus nos permitir a proposta for aceita, seremos pioneiras em ter uma mulher trans trabalhando no comércio com o nome social que hoje é Lei no meio LGBT e na sociedade.

Presidente Executiva - Hewrya Lima
Vice Presidente - Isabella Gomes
Tesoureira - Hakylla Silva
1ª Secretária - Maria Daniela Motta
2º Secretário - Niedson Gomes

Por Tereza Lima

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