A Executiva Nacional do PSL decidiu pela suspensão de 14
deputados da legenda que são alvos de processo no Conselho de Ética do partido.
O deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, é quem
recebeu a maior punição e pode ser suspenso das atividades partidárias por um
ano. No total, 14 deputados tiveram os pedidos de suspensão aceitos e quatro
foram advertidos.
A decisão, contudo, não tem efeito imediato e precisa ser
referendada pelo Diretório Nacional da legenda, que se reúne na semana que vem.
Se mantida, o filho do presidente perde a liderança do PSL na Câmara e todas as
cadeiras que ocupa nas comissões temáticas da Casa. Eduardo só manteria o
comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) porque
foi eleito presidente e, pelo regimento da Casa, fica imune a quaisquer
alterações feita pelo partido.
A suspensão de Eduardo e de aliados é um banho de água fria
dentro da ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro que queria a expulsão para
conseguir sair do partido sem perder o mandato. Em entrevista à Rádio Eldorado
na terça-feira, 26, advogada da família Bolsonaro e tesoureira do Aliança Pelo
Brasil, Karina Kufa, afirmou que seria "um favor" retirarem eles da
legenda.
Segundo Karina, o PSL tem adotado uma tática de abrir vários
processos de expulsão contra os parlamentares aliados de Bolsonaro para provocar
"medo e terror". "Estão fazendo isso para vir com penalidades
que só visam criar um processo vexatório, não um processo democrático. Se não
está satisfeito com o parlamentar, expulse e deixe ele viver a vida em outro
partido", afirmou a advogada na entrevista.
Na última quinta-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro
lançou o Aliança pelo Brasil, partido que ele deseja tirar do papel a tempo das
eleições municipais de 2020, que deve receber os deputados que tiveram os
pedidos de suspensão aceitos pelo PSL.
A debandada do grupo político de Bolsonaro do PSL ocorre
após divergências com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). O PSL
deixou de ser nanico após eleger 52 deputados no ano passado - deve receber
algo próximo de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022. A intenção do grupo
do presidente era afastar Bivar para poder dar as cartas na distribuição do
dinheiro. Mas a manobra não foi bem sucedida e obrigou Bolsonaro a sair da
legenda.
Veja as punições previstas para cada deputado:
Bibo Nunes (PSL-RS): 12 meses
Alê Silva (PSL-MG): 12 meses
Bia Kicis (PSL-DF): 6 meses
Carla Zambelli (PSL-SP) : 6 meses
Carlos Jordy (PSL-RJ): 7 meses
Daniel Silveira (PSL-RJ): 12 meses
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): 12 meses
General Girão (PSL-RN): 3 meses
Filipe Barros (PSL-PR): 6 meses
Junio Amaral (PSL-MG): 3 meses
Luiz Philippe de Órleans e Bragança (PSL-SP): 3 meses
Márcio Labre (PSL-RJ): 6 meses
Sanderson (PSL-RS): 10 meses
Vitor Hugo (PSL-GO): 7 meses
A Executiva Nacional também indicou advertência para outros
quatro deputados. São eles:
Aline Sleutjes (PSL-PR)
Chris Tonietto (PSL-SC)
Hélio Lopes (PSL-RJ)
Coronel Armando (PSL-SC)
Fonte: Notícias ao Minuto
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