Foto: Mariana Moraes/ DP
Uma barreira deslizou na madrugada desta terça-feira (24) e
destruiu duas casas no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte do Recife. Cinco
pessoas morreram, entre as vítimas está um bebê de apenas três meses. Três
pessoas ficaram feridas e foram socorridas para o Hospital da Restauração.
Outros dois moradores ainda estão desaparecidos. Equipes dos Bombeiros fazem
buscas nos destroços.
O deslizamento aconteceu na Rua Bela Vista, no Córrego do
Morcego, por volta das 2h. Duas casas foram atingidas. Seis viaturas, sendo
duas de busca e salvamento, uma de busca com os cachorros, uma de comando
operacional e duas de resgate, além de equipes da Defesa Civil do Recife estão
no local. Os nomes das vítimas não foram divulgados.
Foto: Mariana Moraes/
DP
Erivaldo Barbosa, 40 anos, motorista de aplicativo e morador
há 20 anos da localidade do desastre conta que já ocorreu outro deslizamento em
decorrência de danos do mesmo cano da compesa. “Já aconteceu esse mesmo
acidente! Essas duas casas foram construídas pela prefeitura. Essa barreira
aqui em julho de 2000 desceu. Aquele mesmo caninho torou no meio da outra vez.
O mesmo cano!
Não ficou um tijolo em pé das duas casas, aí foi interditado. Em
2005 foi construído um muro. A prefeitura pagava o auxílio moradia e depois
construiu a casa e a gente voltou a morar. Todas as casas aqui são parentes.
Meu sogro entrou com uma causa na justiça contra a compesa e a empresa alegou
que estava chovendo, mesmo aquele cano estando torado ali”, relata Erivaldo,
reforçando que voltaram a morar no local após a prefeitura construir as casas
no mesmo endereço.
Aprígio Trajano, analista de saneamento da Compesa, afirma
que não houve relato de vazamentos na área e a localidade é mensalmente
acompanhada pela empresa. Ele explica ainda que a tubulação está em um local
não visível aos olhos, dificultando a investigação. “Hoje de 03h30 da manhã a
compesa foi acionada e mobilizamos a nossa manobra. Não temos nenhum registro de
vazamento nesta área.
Nós temos reuniões mensais com os líderes comunitários
onde eles passam as demandas, não temos nenhuma [demanda] de vazamento. Como
vocês podem ver, a tubulação está em uma profundidade que não dá para averiguar
se houve vazamento ou não. Estamos fazendo uma vistoria junto com a defesa
civil para podermos dizer o que aconteceu”, contou.
Perguntado se as
tubulações não deveriam estar um pouco mais acima, para que fosse mais fácil a
análise de vazamentos, Aprígio respondeu: "As redes que ficam mais acima
são as redes de distribuição. Essa rede de cem milímetros que a gente tem [a
que pode ter vazado] está numa localização que, realmente, é uma área de risco,
e essa área é monitorada. Então, se houvesse algum tipo de vazamento, as
lideranças, a defesa civil, ou até mesmo a própria população teria aberto uma
solicitação no nosso sistema."
Fonte: Diário de Pernambuco
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