A acne, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD), é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo
inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. É muito
frequente na fase da adolescência, mas pode atingir adultos também,
especialmente mulheres.
Embora existam diversos tratamentos tópicos e orais para
ajudar no combate e prevenção do problema, é preciso tomar cuidado com
comportamentos que agravam a situação.
Se você trata e as espinhas sempre voltam, é importante consultar
um dermatologista: pode ser que algo esteja deixando a acne mais resistente.
Veja os oito atitudes que agravam o problema:
1. Aplicar somente tratamentos pontuais
Ao observar o surgimento de uma nova espinha, é natural
procurar soluções pontuais, ou seja, que auxiliem apenas no tratamento dessa
alteração. O problema é que, de acordo com Paola Pomerantzeff, dermatologista
membro da SBD, o rosto possui muitas glândulas sebáceas que podem entupir e
favorecer a proliferação da bactéria P. Acnes a qualquer momento.
“Por isso, o ideal é aplicar os medicamentos antiacne no
rosto inteiro, pois as substâncias secativas, como o peróxido de benzoíla e o
adapaleno, ajudam a prevenir o surgimento de novas espinhas”, destaca a médica.
2. Utilizar produtos antiacne apenas quando está com
espinhas
Quem sofre com acne passa por momentos de melhora e piora da
doença, podendo ou não apresentar uma grande quantidade de espinhas. Apesar
disso, o uso diário de produtos indicados, seguindo o protocolo orientado pelo
médico, precisa ser contínuo para proporcionar os melhores resultados,
independentemente da presença ou não de espinhas.
É importante lembrar que o uso ou a interrupção de remédios
deve ser feito sempre sob orientação médica. “É mais eficaz usar um produto
menos agressivo todos os dias para controlar o quadro acneico do que tratar as
espinhas apenas quando elas aparecem”, justifica Paola Pomerantzeff. “Além disso,
o tratamento diário também minimiza a irritação da pele”.
3. Espremer as espinhas
Pecado mais cometido por quem tem o problema, o hábito é
extremamente danoso para a pele. Como a acne é uma doença inflamatória,
espremer as espinhas pode aumentar a inflamação, causando manchas e até
cicatrizes.
4. Abusar das concentrações dos produtos
O peróxido de benzoíla, um ativo antibacteriano que tem como
alvo as bactérias que causam a acne e a inflamação, é um conhecido e eficaz
ingrediente para o tratamento da acne. Porém, não adianta utilizar grandes
concentrações da substância para aumentar sua eficácia.
Na verdade, o peróxido de benzoíla mata as bactérias
causadoras da acne mesmo em níveis baixos. Estudos mostram que altas
quantidades da substância são mais irritantes e não mais efetivas. “Por isso, é
importante seguir corretamente as indicações de uso de seu dermatologista”,
explica a médica.
5. Acreditar em todas as dicas de cuidados com a pele que
aparecem na internet
Pasta de dente, cola, colírio, entre outras técnicas que
prometem ajudar a dar fim à acne são receitas caseiras, tendem a piorar a pele
e agravar ainda mais o quadro acneico.
“Sabores como mentol ou canela em creme dental, por exemplo,
são super irritantes e podem até causar uma queimadura química leve na pele.
Por isso, evite seguir dicas que você encontra pela internet, respeitando
sempre as orientações do seu dermatologista”, explica Paola Pomerantzeff
.
.
6. Lavar o rosto muito rápido
É comum a reclamação de que sabonetes com ingredientes
antiacne, como ácido salicílico e extratos vegetais, não fazem efeito na pele.
Porém, na maior parte das vezes, o problema não está no produto e sim no modo
como realizamos a higienização.
“Os limpadores faciais precisam de tempo de contato na pele
para começar a fazer efeito. Por isso, não adianta aplicar o sabonete apenas
por alguns segundos”, justifica Pomerantzeff. O ideal, segundo a médica, é
massagear o sabonete na pele, contar até 30 e só então enxaguar o rosto.
7. Não usar hidratante
A acne tende a surgir principalmente em peles oleosas, o que
faz com que grande parte das pessoas com esse tipo de pele pare de utilizar
hidratantes. Porém, o teor de óleo e água na pele são questões separadas.
“Você pode ter pele oleosa e propensa à acne, mas ainda não
ter hidratação adequada. Isso estimula o organismo a produzir mais óleo,
piorando ainda mais o quadro acneico”, detalha a especialista. A dica: se você
possui a pele oleosa, é necessário dosar a quantidade de água e óleo na pele,
utilizando preferencialmente um hidratante oil-free.
8. Não dar atenção à alimentação
O que comemos está diretamente relacionado a qualidade de
nossa pele. Por isso, não adianta ter uma rotina de tratamento tópico diário e
esquecer da dieta. A evidência mais forte até o momento sobre os gatilhos
dietéticos para acne são dietas de alta carga glicêmica.
De acordo com Paola Pomerantzeff, estudos mostram que
pacientes com acne demonstraram melhora significativa após 12 semanas de uma
dieta de baixa carga glicêmica. “Estudos posteriores documentaram que esse
padrão alimentar resultou em menor biodisponibilidade de andrógenos e alteração
na produção de sebo da pele”, diz a médica.
O uso de suplementos também já foi indicado em pesquisas
como fator importante no desenvolvimento de acne resistente. As recomendações
alimentares para pacientes com acne incluem alimentos ou suplementos contendo
probióticos, ácidos graxos ômega-3, zinco, antioxidantes, fibras e vitamina A.
“Alimentos com zinco também têm papel importante para o
controle da produção de sebo, de acordo com estudos”, afirma Pomerantzeff
Fonte: Metrópoles
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