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Não é incomum encontrar pessoas que iniciaram uma dieta por
conta própria e a primeira mudança foi cortar pão, macarrão ou qualquer outro
tipo de carboidrato à noite. Depois de um tempo, muitos desistem dessa ideia
por não enxergarem os resultados na balança. Será que faz sentido mesmo não
comer carboidrato à noite?
“Na verdade, em
dietas de emagrecimento, o que importa é a redução de quantidade de calorias ingeridas
durante o dia e não necessariamente o horário em que são consumidas. Não
adianta cortar os carboidratos à noite e compensar comendo mais desse
macronutriente durante o dia”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez,
Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de
Nutrologia da ABRAN.
De acordo com a médica, o nosso organismo precisa de uma
dieta equilibrada com proteínas, carboidratos, fibras e gorduras boas, a fim de
funcionar corretamente. “Somente cortar o carboidrato à noite não garante
melhora na alimentação, principalmente se ele for substituído por outros
excessos”, diz a nutróloga. “Desde que sejam feitas boas opções, alimentos
ricos em carboidratos complexos podem melhorar a qualidade do sono, pois contribuem
para a produção de serotonina, hormônio relacionado ao prazer e ao bem-estar ao
dormir.”
Na verdade, o maior problema não é o horário, mas o que é
ingerido e a quantidade. Existem carboidratos de alto índice glicêmico, como
pão francês, arroz branco, macarrão e doces.
“Absorvidos rapidamente pelo
organismo, eles transformam-se em açúcar e geram pico de insulina no sangue,
hormônio ligado ao acúmulo de gordura e outros problemas. O consumo excessivo
pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes, porém agrava os
riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias, degenerativas e até
neoplásicas”, diz a médica.
“Além disso, sabemos que o açúcar vicia física e
emocionalmente, por causa de vários mecanismos metabólicos e bioquímicos. Um
estudo do Saint Luke’s Mid America Heart Institute, USA, publicado em 2017
concluiu que o açúcar atende a muitos dos critérios para uma substância de
abuso e pode ser potencialmente viciante em humanos e o foco da profissão
médica deve estar em encontrar tratamentos que suprimem ou eliminem esses
desejos”, conta a médica.
Já os carboidratos complexos, de baixo índice glicêmico,
como arroz integral, macarrão integral, batata-doce, abóbora, entre outros, são
digeridos de forma mais lenta, além de ter um aporte nutricional maior, já que
contêm mais vitaminas, minerais e fibras. “Mas, da mesma forma, a quantidade
deve ser avaliada em cada caso, sendo que o excesso também pode causar
sobrepeso”, afirma a médica.
“O ideal, além de buscar as melhores opções, é saber dosar e
manter o equilíbrio durante o dia, evitando o excesso de calorias e a
sobrecarga de carboidrato em detrimento de proteínas, gorduras e fibras, ou o
contrário”, diz. Para saber qual o melhor plano alimentar para sua necessidade,
é necessário procurar um especialista.
Fonte: Notícias ao Minuto
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