A depressão pode ser um verdadeiro monstro. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão aflige 10% da população mundial
e infelizmente os números tendem a aumentar exponencialmente nos próximos
anos.A doença que afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo
caracteriza-se através da manifestação de vários sintomas emocionais, como
tristeza extrema, perda de motivação e do prazer em atividades do quotidiano,
além de efeitos físicos, como mudanças no apetite, dores de cabeça e problemas
digestivos, como aponta um artigo divulgado pela publicação The Huffington
Post.
Contudo, como aponta aquela publicação a patologia do foro
psiquiátrico vai muito além desses sintomas, sobretudo nos homens. Sendo que
alguns dos sinais de alerta podem não ser tão óbvios.
Estima-se que apenas nos Estados Unidos, cerca de seis
milhões de homens sofram neste momento de depressão.
Contudo, psicólogos e psiquiatras alertam que muitos homens
podem nem sequer reconhecer ou admitir que padecem da patologia, seja por medo
de julgamento alheio, por uma questão de considerarem que a sua masculinidade
está em causa ou por acreditar que os sintomas se devem simplesmente a stress.
Segundo o hospital CUF, números reais apontam que Portugal é
o país da Europa com a taxa de depressão mais elevada e o segundo no mundo,
sendo ultrapassado apenas pelos EUA. Ou seja, vinte e três por cento da
população portuguesa sofre de um problema de saúde mental; por ano, 400 mil
portugueses são diagnosticados com depressão. No ano de 2017 foram prescritos
20 milhões de embalagens de psicofármacos em Portugal, sendo gastos diariamente
600 mil euros neste tipo de medicação.
Eis seis sintomas de depressão nos homens, de acordo com o
The Huffington Post:
A depressão pode ser confundida com raiva
Melancolia ou tristeza excessiva são um dos maiores
indicadores de depressão e podem ser prevalecentes entre os homens. Estes
também tendem a sentir-se mais frustrados, irritados e com raiva.
O que provavelmente é a reação ao aumento das emoções
negativas, afirma o Health.com.
Eles tendem a ficar calados
Pesquisas indicam os homens são mais avessos à busca de
ajuda profissional e sentem-se mais relutantes em admitir que podem sofrer de
depressão. Ao mesmo tempo apresentam uma maior tendência para minimizarem os
sintomas.
Regra geral esse tipo de comportamento deve-se ao medo de
serem julgados e de não serem 'homens o suficiente'. O estigma da saúde mental
muitas vezes impede que as pessoas recebam tratamento.
Sentem-se mais cansados
A depressão pode provocar um desejo esmagador de ficar na
cama o dia inteiro. Isso é particularmente verdadeiro para os homens, de acordo
com psicólogos, e é provavelmente um dos
sintomas mais comuns.
Têm uma menor probabilidade de receberem o diagnóstico de
depressão de um médico
Estudos científicos indicam que há um viés de género quando
se trata de problemas de saúde mental
Os médicos são mais propensos a
diagnosticar depressão entre mulheres do que entre homens, mesmo quando os
sintomas são semelhantes.
A depressão diminui o desejo sexual
Pode dar-se uma diminuição da frequência na intimidade
sexual. Isso ocorre porque o cérebro e o corpo estão profundamente conectados.
A depressão pode ainda alterar a libido e causar disfunção erétil, de acordo
com especialistas.
Os homens estão mais propensos a morrer por suicídio
Problemas de saúde mental como a depressão são um fator
importante no suicídio, sobretudo entre a população masculina - isto porque ao
não procurarem ajuda há uma menor probabilidade de iniciarem qualquer tipo de
tratamento (seja terapia e/ou a toma de fármacos).
Um relatório de 2015 indica que os homens são mais propensos
a ficar em silêncio quando pensam em se automutilar ou se matar. Homens de
meia-idade também têm apresentado o maior crescimento nas taxas de suicídio nos
últimos 15 anos.
“Os homens têm mais dificuldade em reconhecer, descrever ou
admitir [doenças mentais] do que as mulheres”, disse John Greden,
diretor-executivo do Centro de Depressão da Universidade de Michigan, em
entrevista prévia ao The Huffington Post. “Os homens têm de reconhecer que isso
não é algo que se vai curar de um momento para o outro e que certamente não é
sinal de fraqueza".
Serviços telefónicos de apoio emocional e prevenção ao
suicídio em Portugal
SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 800 209 899 (Número
gratuito)
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número
gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
Fonte: Notícias ao Minuto
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