Criminosos estão usando sites criados na internet para realizar leilões falsos. Um alerta foi feito, nesta quarta-feira (14), pela Receita Federal. Golpes desse tipo têm sido denunciados à polícia em Pernambuco, no período da pandemia (veja vídeo acima).
Segundo uma nota divulgada pela Receita, a página falsa simula o Sistema de Leilão Eletrônico (SLE) oficial. Ainda de acordo com a instituição, o site clandestino usa logotipo e chama a população para participar de lances de supostas mercadorias apreendidas.
Também por meio de nota, a Receita Federal disse que esses sites ilegais são, geralmente, registrados no exterior, para dificultar o rastreamento.
A instituição alertou que os criminosos estão usando o endereço https://receita-leiloes.com/br, em vez de “.br”, dando a falsa impressão de se tratar do site oficial do órgão.
A Receita Federal esclareceu também que os leilões virtuais do órgão são feitos exclusivamente pelos endereços www.receita.fazenda.gov.br, www.rfb.gov.br ou www.receita.economia.gov.br, com a utilização de certificado digital.
"A instituição vem tomando uma série de providências no sentido de coibir esse crime, como a abertura de processos para anulação dos CNPJ’s utilizados pelos criminosos e a representação ao Ministério Público Federal para abertura de ação criminal", informou a nota.
Em entrevista ao NE2, o delegado de Crimes Cibernéticos, Eronildes Meneses, afirmou, nesta quarta, que o importante é checar como os sites foram apresentados na internet.
"Alguns sites falsos usam apenas o nome do estado e não colocam a extensão 'br' nas finalizações dos endereços. É preciso prestar a atenção. É preciso olhar e desconfiar quando há 0800 em cima. Isso não é garantia de legitimidade", afirmou.
Ainda segundo o policial, a apessoa só deve transferir dinheiro para contas de pessoas jurídicas, para o leiloeiro, e nunca para pessoas físicas. "Pesquise o proprietário de veículos e não mande dinheiro para qualquer pessoa em outro estado", declarou.
Meneses disse que a pessoa que for lesada por registrar queixa na delegacia ou pela internet. "A gente vai rastrear os responsáveis", disse.
Pandemia
A realização de leilões falso, como os feitos por páginas que simulam a da Receita Federal, se tornou uma prática comum durante a pandemia. As vítimas são atraídas por ofertas de arremate de vários tipos de produtos.
São mercadorias, como carros, oferecidas a preços bem mais baixos do que os praticados normalmente no mercado.
Interessada na oportunidade, a pessoa participa, faz o lance e arremata a mercadoria que não existe. Depois, recebe a informação de que venceu o certame e faz o depósito na conta dos criminosos.
Isso aconteceu porque os leilões oficiais presenciais deixaram de ser realizados durante alguns meses, por causa dos riscos de disseminação do novo coronavírus. Os certames passaram a ocorrer apenas pela internet.
Segundo a Associação da Leiloaria Oficial do Brasil, desde março, surgiram, por dia, três novos sites falsos. de leilões. A entidade afirmou que foi criado até um selo “Leilão Seguro”, para tentar evitar os golpes.
"Esse é o tipo de crime que trem pelo menos três vítimas. A pessoa que arremata no falso leilão e paga, a empresa que tem um CNPJ usado pelara um falso leilão e e o leiloeiro", afirma a advogada Daisy Cavalcanti.
Vítimas
O médico André Petribú quase caiu no golpe. Ele conta que chegou a receber uma ligação, informando que havia arrematado um carro em um leilão pela internet.
"Resolvi pesquisar e descobri que havia um problema. Recebi uma ligação de São Paulo e soube que tinha arrematado um carro,mas havia inconsistências nas informações", contou.
Um motorista de aplicativos que preferiu não ser identificado afirmou que usaram os dados dele para abrir uma empresa de leilões.
"Nunca trabalhei com esse tipo de serviço. Há dois meses, me dei conta que usaram meu CNPJ para isso", declarou.
Para o leiloeiro Diogo Martins, é preciso ficar atento aos sites da internet. "A pessoa deve observar a finalização dos sites e se eles são oficiais. Também é preciso buscar o nome do leiloeiro e checar na Junta Comercial", declarou.
Fonte: G1
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