Mais uma vitória feminina. Quatro mulheres brasileiras
figuram ranking de pesquisadores mais influentes do mundo em 2019. No total, o
Brasil conta com 15 nomes na lista.
Renata Bertazzi Levy, da Universidade de São Paulo (USP),
Henriette M. C. de Azeredo e Renata Valeriano Tonon (ambas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária — Embrapa) e Miriam D. Hubinger
(Universidade Estadual de Campinas — Unicamp) são as representantes
brasileiras.
O reconhecimento veio do instituto britânico Clarivate
Analytics, que listou mais de seis mil pesquisadores em 60 países. A notícia
poderia ser bem melhor, já que, de 15 nomes do Brasil, só quatro são mulheres.
“O Brasil é um país enorme. Ter tão poucos nomes nessa lista
é reflexo do pouco que se investe na ciência neste país. Acho que o Brasil
tinha que ter mais cientistas e mais mulheres na lista”, diz Renata (foto em
destaque).
Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e
com pesquisas pela Fapesp (órgão de fomento do estado de São Paulo), Renata
estuda epidemiologia nutricional e é referência quando o assunto é o impacto
social e na saúde causado pelo consumo de alimentos ultraprocessados.
A professora faz parte do grupo que desenvolveu o NOVA,
conceito que classifica alimentos com base no grau e propósito de
processamento.
Alimentação na escola
Um dos estudos de Bertazzi analisa a influência da
alimentação no ambiente escolar. Não só na merenda dos alunos, mas também
investiga como a comida oferecida em estabelecimentos ao redor da escola pode
ser ruim para a saúde de crianças e adolescentes.
Se carregado de ultraprocessados, como salgadinhos e
refrigerantes, esse tipo de cardápio pode acarretar quadros de hipertensão,
obesidade e até problemas de asma, diz. “As mesmas políticas de combate ao
fumo, por exemplo, poderiam ser aplicadas para diminuir o consumo de
ultraprocessados”, afirma a pesquisadora.
O ranking
Divulgada anualmente desde 2014, a lista Highly Cited
Researchers é elaborada a partir de uma análise da quantidade de citações de
artigos publicados por um pesquisador ao longo de uma década, utilizando a
plataforma Web of Science.
Os selecionados para a lista pertencem ao grupo de 1% de
pesquisadores que mantiveram as mais altas médias de citações durante o
período.
Neste ano, ao todo, foram selecionados 6.216 pesquisadores
em 21 áreas do conhecimento. Os Estados Unidos são o país com maior número de
pesquisadores mencionados: 2.737. Em seguida, aparece a China, com 636; e, em
terceiro lugar, o Reino Unido, com 516. A Universidade de Harvard (EUA) é a
instituição de pesquisa com maior número de pesquisadores citados: 203.
Além das quatro, outros 11 pesquisadores brasileiros são
mencionados. Confira:
- Andre Russowsky Brunoni, Houtan Noushmehr, Paulo Eduardo Artaxo Netto e Carlos Augusto Monteiro (Universidade de São Paulo — USP)
- Adriano Gomes Cruz (Instituto Federal do Rio de Janeiro — IFRJ)
- Alvaro Avezum (Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia)
- Cesar G. Victora (Universidade Federal de Pelotas)
- Flavio Kapczinski (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
- José A. Marengo (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais — Inpe)
- Mauro Galetti (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho — Unesp)
- Roldan Muradian (Universidade Federal Fluminense — UFF)
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