Poeta Iranildo Marques, uma relação de 'amor e ódio' com Palmares

Imagem: Arquivo Pessoal

Iranildo Marques, palmarense, Assistente Social de formação e ´profissão, mora em São Paulo há 19 anos, está terminando o mestrado na temática dos ciganos onde é especialista na área por trabalhar pela questão teórica e produzida.

Iranildo chegou em São Paulo no ano de 2000, é funcionário público desde de 2005 quando ingressou na Companhia Paulista de Trens Metropolitano - CPTM por 9 anos onde deixou para assumir o cargo de Assistente Social na Prefeitura de Guarulhos até os dias atuais, perto de completar 6 anos na Secretaria da Igualdade Racial.

"Morro de amores e também de ódio por uma cidade que não dá e não tem oportunidade para a população, acredito, por ouvir amigos que deixei aí, que a Região Mata Sul e que a cidade regride a cada ano, e não foi só por causa da enchente de 2010, a própria sociabilidade. Há muito tempo que as usinas faliram e não veio nada para o lugar para ser o motor da região", falou.

Quando fala sobre a cidade dos Palmares, percebe-se a emoção em cada palavra dita por Iranildo.

"Palmares está dentro de mim, não é à toa que sou poeta, e esse título de poeta mexe muito comigo, porque fala sobre minha identidade. Quando eu falo de poeta, me trás no fundo que eu sou palmarense, sou pernambucano, sou nordestino, e que esse dom de fazer versos em rimas ou trazendo outros componentes, tem um berço que se chama Palmares", disse Iranildo.

Na área acadêmica, o Poeta Iranildo está na sua 3ª publicação com a cartilha que saiu pela Prefeitura de Guarulhos. Tem dois livros publicados, um com autoria em artigo científico no seu mestrado. Pela primeira vez na história da PUC-SP, um memorial acadêmico foi escrito em Cordel, pela Editora Cortêz de SP e o segundo pela UFAL.

No ano de 2018, Iranildo ministrou uma Palestra sobre o racismo na Escola Estadual Gregório de Matos em Panelas-PE. Na Abertura do IV SIPINF Internacional de Politicas Públicas, Intersetoriedade e família, realizado em Porto Alegre, em outubro de 2019, declamou a Poesia do Setembro Amarelo, que trata do suicídio.