Foto: Pedro França/Agência Senado
A CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado aprovou,
em votação simbólica, a reforma da Previdência dos militares. O projeto, agora,
segue para o plenário da Casa. Senadores ligados às carreiras das Forças
Armadas, policiais militares e bombeiros dos estados querem votar a proposta no
plenário ainda nesta semana. O governo ainda tenta um acordo, principalmente
com a oposição, para evitar mudanças no projeto.
A reforma da Previdência dos militares já passou pela
Câmara. Alterações no texto no Senado poderiam atrasar ainda mais a análise das
novas regras de aposentadoria, que voltariam para avaliação dos deputados.
Senadores oposicionistas tentam ampliar a remuneração de
militares de patentes baixas e praças -categorias que exigem menor grau de
instrução- para que tenham o mesmo aumento de gratificação previsto para as
altas patentes. O governo enviou em março ao Congresso o projeto que endurece
os critérios para que militares entrem na inatividade.
A categoria, base eleitoral do presidente, Jair Bolsonaro,
pressionou e conseguiu que, na mesma proposta, fosse incluída a reestruturação
nas carreiras das Forças Armadas. A estimativa era que R$ 10,45 bilhões seriam
economizados em dez anos considerando as novas regras de aposentadoria e as
benesses concedidas a integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Apesar das mudanças feitas no Congresso, técnicos do
Ministério da Economia afirmam que o impacto fiscal não sofreu muita alteração
para a União. A Câmara aliviou os requisitos para quem ainda vai se aposentar
e, em troca, previu um aumento mais rápido da tributação paga pelos militares
como forma de bancar as pensões.
Em relação à contribuição, o novo texto prevê que a alíquota
suba dos atuais 7,5% para 9,5%, em 2020, e para 10,5%, em 2021. A proposta
original previa um escalonamento para chegar em 10,5% em 2022.
A ideia do governo era que, para entrar na reserva, seria
necessário completar os 30 anos de contribuição mais um "pedágio" de
17% sobre o tempo restante. O projeto prevê um aumento, de 30 anos para 35
anos, no tempo mínimo de serviço apenas para quem ainda ingressar nas Forças.
Parlamentares ligados à área de segurança pública
articularam a inclusão de policiais militares e bombeiros na proposta. O
projeto aprovado prevê que esses profissionais seguirão as mesmas regras das
Forças Armadas e pagarão as mesmas taxas de contribuição.
Essas categorias querem aposentadoria integral e que o
benefício seja corrigido de acordo com os aumentos dados a quem está na ativa.
Com as mudanças feitas, a previsão de economia de aproximadamente R$ 53 bilhões
para os estados, com a reforma para policiais militares e bombeiros, poderá
sofrer alteração.
Fonte: Folha PE
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