A dona de casa Dalva Carvalho Mendes Vidal, 38 anos, é a
primeira pessoa com anemia falciforme a ter a chance de ganhar uma vida nova a
partir de um transplante de medula óssea realizado no DF. O procedimento foi
feito no Hospital Brasília em novembro do ano passado e, hoje, ela se recupera
bem da doença incapacitante que lhe impedia de trabalhar, viajar e praticar
exercícios físicos.
Hereditária, a anemia falciforme se caracteriza por um
defeito no formato das hemácias, as células do sangue. Em pessoas que não têm a
doença, elas são arredondadas, o que permite que a oxigenação sanguínea seja
feita com eficiência. Em quem tem a doença, as células têm formato de foice, o
que dificulta o transporte do oxigênio para os tecidos e provoca problemas como
cansaço extremo, dores muito fortes e, em casos mais graves, leva à morte pela
falência de órgãos.
No caso de Dalva, que foi diagnosticada aos 2 meses de vida,
a doença chegou a provocar um AVC, a necrose do fêmur – que precisou ser
substituído por uma prótese – e do baço – que foi retirado. Também a obrigava a
passar por transfusões de sangue periódicas.
A anemia falciforme também a assombrava com um trauma comum
a quem tem o problema: a morte de familiares por causa da mesma condição
clínica. Dos quatro irmãos dela, dois morreram devido a doença, os outros dois
não têm. “Eu sou a primeira a ter a chance de escapar. A doença era,
praticamente, uma sentença de morte para mim”, relata a mulher, que é casada e
tem um filho de 15 anos.
Fonte: Metrópoles
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