Créditos Andres Martinez Casares
Em seu discurso anual de prestação de contas, o ditador da
Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as Forças Armadas venezuelanas estão
prontas para "arrebentar os dentes" do Brasil e da Colômbia em caso
de uma agressão militar por parte desses países, segundo relato da agência EFE.
"Se se atrevem, vamos arrebentar seus dentes, para que
aprendam a respeitar a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo de [Simón]
Bolívar", declarou na terça-feira (14), diante da Assembleia Nacional
Constituinte, composta apenas por governistas.
Maduro disse ainda que conhece os "planos
imperiais" da "oligarquia colombiana" e do presidente brasileiro
Jair Bolsonaro.No mesmo discurso, Maduro se declarou disposto a aceitar o
acompanhamento da ONU (Organização das Nações Unidas), da União Europeia e de
outros órgãos internacionais durante as eleições da Assembleia Legislativa de
2020, ainda sem data para ocorrer.
Maduro descartou, no entanto, receber a OEA (Organização dos
Estados Americanos) e o seu respectivo secretário-geral, Luis Almagro.
"Portas abertas ao acompanhamento internacional.
Welcome, welcome!",
disse Maduro, segundo a AFP. "Quem não entrará nesse país é Luis Almagro,
aquele canalha (...). OEA e Almagro não entrarão nunca mais na Venezuela",
afirmou.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) atuou como
observadora durante as últimas eleições presidenciais na Bolívia e apontou
irregularidades que culminaram na renúncia de Evo Morales, um dos principais
aliados de Maduro.
Maduro também disse estar aberto para que o Poder Eleitoral,
acusado pela oposição de servir ao chavismo, possa "prestar mais
apoio" durante as eleições legislativas. Por lei, a prestação de contas do
presidente deve ser feita na Câmara, único poder controlado pela oposição no
país. Porém, na prática a Assembleia Constituinte assumiu essa função depois
que a sede do Legislativo se tornou um órgão rejeitado pelo governo.
A oposição, cujos principais partidos políticos boicotaram
as eleições presidenciais de 2018, ainda não decidiu se participará do processo
eleitoral prestes a acontecer. O líder
da oposição, Juan Guaidó, que em 23 de janeiro do ano passado reivindicou a
presidência interina da Venezuela -reconhecido por mais de 50 países, incluindo
o Brasil- exige uma nova eleição presidencial. A maioria da oposição legislativa
considera Maduro um "usurpador", acusando-o de ser reeleito de forma
fraudulenta.
Fonte: Notícias ao Minuto
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