O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou
hoje (11) que o principal objetivo do Conselho da Amazônia, reinstalado pelo
presidente Jair Bolsonaro, será o de integrar ações federais na região
amazônica, incluindo articulação com estados, municípios e sociedade civil. Em
cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro assinou o decreto que transfere o
conselho para a vice-presidência da República, sob coordenação de Mourão.
O colegiado reúne, além da vice-presidência, mais 14
ministérios: Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações
Exteriores, Economia, Infraestrutura, Agricultura, Minas e Energia, Ciência e
Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional, Secretaria-Geral da
Presidência, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência.
"Foi observado pelo governo que existem várias
políticas públicas, nos mais diferentes ministérios, que atuam praticamente
independentes, sem haver uma integração das mesmas e, com isso, leva ao
desperdício de recursos e à perda de eficácia das ações. Então, a criação do
conselho é para que a gente consiga ter um comando, um controle dessas
atividades, que haja comunicação entre os diferentes órgãos governamentais,
todos falando a mesma linguagem, que tenhamos um inteligência direcionada para
o que acontece na região amazônica, para que a gente possa agir a tempo",
disse
Mourão, em coletiva de imprensa após a solenidade.
Pelo decreto assinado, que será publicado na edição de
amanhã (12) do Diário Oficial da União, o conselho terá poderes para propor e
acompanhar políticas públicas regionais e, entre outras atribuições, coordenar
ações de prevenção, fiscalização e repressão a ilícitos e o intercâmbio de
informações na Amazônia Legal.
De imediato, informou Mourão, a ideia é que o conselho se
antecipe a eventuais problemas relacionados a queimadas e desmatamento na
região. No ano passado, de acordo com dados consolidados do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi registrado um aumento de 30% de queimadas na
Amazônia, na comparação com 2018. O vice-presidente não descartou solicitar
novamente o apoio das Forças Armadas para coibir ações ilegais na região.
"Nós sabemos onde está o problema. A análise das
imagens de satélite, seja as fornecidas pelo Inpe, seja do trabalho que é feito
pelo Centro de Controle do Sistema de Proteção da Amazônia, o Censipam, fornece
as áreas onde há problema. Então, vamos nos dedicar, de imediato, nessa questão
da preservação, numa primeira medida, buscando nos antecipar ao problema e
evitar que ocoorram desmatamentos e queimadas além daquilo que está previsto
legalmente. (...) Provavelmente, teremos ter que solicitar apoio das Forças
Armadas, de modo que a gente tenha capacidade de gerenciar uma possível crise
que possa ocorrer, ainda fruto do que ocorreu no ano passado, a gente sabe que
áreas que já foram derrubadas no ano passado podem ser quimadas este ano",
disse.
Mourão garantiu que o conselho ouvirá representantes da
sociedade civil, incluindo a academia, para construir políticas públicas que
possam, além de garantir a preservação ambiental, oferecer alternativas de
desenvolvimento sustentável para a Amazônia, que abriga uma população de 25
milhões de pessoas.
"O desenvolvimento da Amazônia passa pela bioeconomia,
pelo ordenamento territorial, temos que conversar com as pessoas que estão no
terreno e conhecem, de modo que nós tenhamos condições de fazer um alinhamento
e estabelecer efetivamente uma política do Estado brasileiro".
Fonte: Notícias ao Minuto
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