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segunda-feira, 9 de março de 2020

A história de 'Otoniel', o homem mais procurado da Colômbia

Ex-guerrilheiro, Otoniel é um dos maiores traficantes da Colômbia - Reprodução/YouTube

As forças de segurança da Colômbia estão ampliando uma operação que já dura cinco anos na tentativa de prender um homem conhecido como Otoniel, o traficante mais procurado do país. Segundo a imprensa do país, essa captura quase aconteceu há cerca de seis meses.

Mas quem é Otoniel?

Seu nome verdadeiro é Dario Antonio Usuga David. Tem 48 anos e nasceu na pequena cidade de Necloci, no departamento de Antióquia, no noroeste da Colômbia. E, mais importante, ele é o principal líder do Clã do Golfo, um dos principais cartéis de droga do país e sócio do Cartel de Sinaloa, do México, grupo que era chefiado por Joaquim "El Chapo" Guzmán.

Segundo o jornal El Tiempo, existem mais de 120 processos abertos contra Otoniel, por inúmeros tipos de crime, desde tráfico de drogas e assassinato até terrorismo, sequestro, extorsão e abusos sexuais.

O governo colombiano oferece uma recompensa de 3 bilhões de pesos (cerca de R$ 4 milhões) por informações que levem à sua captura, vivo ou morto. Já os EUA oferecem US$ 5 milhões (cerca de R$ 23 milhões) pelo traficante, a maior recompensa por procurados colombianos.

Guerrilha e tráfico

A trajetória dele começou em 1996, quando ele se uniu ao Exército Popular de Libertação (EPL), uma das principais guerrilhas da Colômbia. Junto com seu irmão, Juan, fez parte de um grupo que deixou o EPL anos mais tarde, para fazer a segurança de um traficante.

Quando o traficante e o líder do grupo de 'seguranças' foram mortos em 2004, os Usugas voltaram a Antióquia, onde começaram a montar a quadrilha que mais tarde se tornaria o Clã do Golfo.

Em pouco tempo, dominaram o tráfico em departamentos (estados) do noroeste colombiano, como Antióquia, Córdoba e Magdalena, próximos do golfo de Urabá, que fica junto à fronteira com o Panamá. O local é estratégico por causa da facilidade em chegar ao país vizinho e aos oceanos Atlântico e Pacífico.

De acordo com um relatório da Polícia Nacional colombiana divulgado pelo El Tiempo, mesmo após 5 anos da Operação Agamenon, o cartel domina o tráfico de cocaína na região e envia toneladas para as Américas Central e do Norte, se aproveitando da sua localização.

Escondido no interior

No documento, os investigadores dizem que Otoniel segue na zona rural de Antióquia, sem nunca ficar mais do que 2 a 5 dias em um mesmo imóvel. O chefão raramente usa celular, para não ser localizado.

Ao invés disso, ele transmite ordens aos seus subordinados distribuindo arquivos de áudio com mensagens de voz. A distribuição é feita manualmente, para evitar o rastreio eletrônico.

Ocasionalmente, a quadrilha usa rádios amadores e frequências criptografadas para se cronometrar.

Em seus esconderijos, o traficante recebe tratamento médico especial, porque tem pressão alta e diabetes. A polícia acredita que médicos das cidades próximas aos imóveis são levados para cuidar dele e recebem pagamentos muito altos em dinheiro, mas também ameaças, para não falar nada.

Chance perdida

Operação policial na região de Urabá, há 2 anos - Juan Páez/EFE - 31.05.2017

No documento, consta o relato feito por uma equipe de 10 policiais que patrulhavam o rio Manso, em Antióquia. Há cerca de seis meses, disseram eles, viram um barco ancorar junto a uma casa. Dentro da embarcação estavam sete homens, inclusive um que usava uma balaclava preta.

Quando desembarcaram e o homem tirou a balaclava, os policiais viram que se tratava de Otoniel. Antes mesmo que eles pudessem pensar em invadir o local para prendê-lo, dezenas de homens do cartel fortemente armados apareceram para fazer a segurança e o plano foi abortado ali mesmo.

Depois disso, eles perderam a pista de Otoniel, que segue vivendo nas áreas remotas do noroeste colombiano e comandando uma das maiores redes de tráfico de drogas do país.

Fonte: R7

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