Ex-guerrilheiro, Otoniel é um dos maiores traficantes da
Colômbia - Reprodução/YouTube
As forças de segurança da Colômbia estão ampliando uma
operação que já dura cinco anos na tentativa de prender um homem conhecido
como Otoniel, o traficante mais procurado do país. Segundo a imprensa do país,
essa captura quase aconteceu há cerca de seis meses.
Mas quem é Otoniel?
Seu nome verdadeiro é Dario Antonio Usuga David. Tem 48
anos e nasceu na pequena cidade de Necloci, no departamento de Antióquia, no
noroeste da Colômbia. E, mais importante, ele é o principal líder do Clã do
Golfo, um dos principais cartéis de droga do país e sócio do Cartel de Sinaloa,
do México, grupo que era chefiado por Joaquim "El Chapo" Guzmán.
Segundo o jornal El Tiempo, existem mais de 120
processos abertos contra Otoniel, por inúmeros tipos de crime, desde tráfico de
drogas e assassinato até terrorismo, sequestro, extorsão e abusos sexuais.
O governo colombiano oferece uma recompensa de 3 bilhões de
pesos (cerca de R$ 4 milhões) por informações que levem à sua captura, vivo ou
morto. Já os EUA oferecem US$ 5 milhões (cerca de R$ 23 milhões) pelo
traficante, a maior recompensa por procurados colombianos.
Guerrilha e tráfico
A trajetória dele começou em 1996, quando ele se uniu ao
Exército Popular de Libertação (EPL), uma das principais guerrilhas da
Colômbia. Junto com seu irmão, Juan, fez parte de um grupo que deixou o EPL
anos mais tarde, para fazer a segurança de um traficante.
Quando o traficante e o líder do grupo de 'seguranças' foram
mortos em 2004, os Usugas voltaram a Antióquia, onde começaram a montar a
quadrilha que mais tarde se tornaria o Clã do Golfo.
Em pouco tempo, dominaram o tráfico em departamentos
(estados) do noroeste colombiano, como Antióquia, Córdoba e Magdalena, próximos
do golfo de Urabá, que fica junto à fronteira com o Panamá. O local é
estratégico por causa da facilidade em chegar ao país vizinho e aos oceanos
Atlântico e Pacífico.
De acordo com um relatório da Polícia Nacional colombiana
divulgado pelo El Tiempo, mesmo após 5 anos da Operação Agamenon, o
cartel domina o tráfico de cocaína na região e envia toneladas para as Américas
Central e do Norte, se aproveitando da sua localização.
Escondido no interior
No documento, os investigadores dizem que Otoniel segue na
zona rural de Antióquia, sem nunca ficar mais do que 2 a 5 dias em um mesmo
imóvel. O chefão raramente usa celular, para não ser localizado.
Ao invés disso, ele transmite ordens aos seus subordinados
distribuindo arquivos de áudio com mensagens de voz. A distribuição é feita
manualmente, para evitar o rastreio eletrônico.
Ocasionalmente, a quadrilha usa
rádios amadores e frequências criptografadas para se cronometrar.
Em seus esconderijos, o traficante recebe tratamento médico
especial, porque tem pressão alta e diabetes. A polícia acredita que médicos
das cidades próximas aos imóveis são levados para cuidar dele e recebem
pagamentos muito altos em dinheiro, mas também ameaças, para não falar nada.
Chance perdida
Operação policial na região de Urabá, há 2 anos - Juan Páez/EFE - 31.05.2017
No documento, consta o relato feito por uma equipe de 10
policiais que patrulhavam o rio Manso, em Antióquia. Há cerca de seis meses,
disseram eles, viram um barco ancorar junto a uma casa. Dentro da embarcação
estavam sete homens, inclusive um que usava uma balaclava preta.
Quando desembarcaram e o homem tirou a balaclava, os
policiais viram que se tratava de Otoniel. Antes mesmo que eles pudessem pensar
em invadir o local para prendê-lo, dezenas de homens do cartel fortemente
armados apareceram para fazer a segurança e o plano foi abortado ali mesmo.
Depois disso, eles perderam a pista de Otoniel, que segue
vivendo nas áreas remotas do noroeste colombiano e comandando uma das maiores
redes de tráfico de drogas do país.
Fonte: R7
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