Cerca de 400 detentos fugiram no início da noite desta
segunda-feira (16) do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr Rubens Aleixo
Sendin, localizado em Mongaguá, no litoral de São Paulo, após o cancelamento
das 'saidinhas' por conta do coronavírus. Em um vídeo obtido pelo G1 é possível
ver centenas de presos correndo. Ainda há reféns no local.
O CPP de Mongaguá fica no Balneário Arara Vermelha e tem
capacidade para receber 1.640 presos. A penitenciária funciona no regime
semiaberto e presos podem trabalhar durante o dia e voltar a unidade prisional
para dormir na cela durante a noite.
Ainda não há informações de como os presos conseguiram
escapar mas, segundo apurado pelo G1, eles teriam se rebelado após a suspensão
da saída temporária como forma de medida preventiva para conter o avanço do
coronavírus. No Estado de São Paulo, outros presídios que também registraram
fugas após a nova ordem.
Em Mongaguá, os presos fizeram funcionários reféns na
portaria do CPP e, em seguida, fugiram em massa do local. Ainda há reféns
dentro do presídio e a polícia trabalha na negociação para conseguir liberar os
funcionários.
A fuga foi filmada por uma pessoa (veja vídeo acima). Nas
imagens é possível ouvir o autor do vídeo dizer: "voltar na segunda,
hein!".
Equipes da Polícia Militar, Rodoviária, Civil e o
helicóptero Águia fazem buscas no entorno do presídio para tentar recapturar os
detentos. Por volta de 20h30, a Polícia Militar já havia recapturado 41
detentos que haviam fugido da unidade de Mongaguá.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP),
confirmou ao G1 que foram registradas evasões de reeducandos do Centro de
Progressão Penitenciária de Mongaguá. Segundo a pasta, as unidades de regime
semiaberto, por determinação da legislação brasileira, não possuem vigilância
armada e as devidas providências para sanar o problema estão sendo tomadas.
Detentos fogem do Centro de Progressão
Penitenciária (CPP) de Mongaguá, SP — Foto: Reprodução
A Corregedoria Geral da Justiça, atendendo solicitação da
Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo e levando em
consideração a grave crise de saúde pública enfrentada pelos órgãos de gestão e
população em geral quanto à disseminação do novo coronavírus, suspendeu a saída
temporária, prevista para os próximos dias, dos presos em cumprimento de pena
em regime semiaberto, que atendem aos requisitos legais.
De acordo com a decisão, a saída dos detentos deverá ser
remarcada pelos juízes corregedores dos presídios, por ato conjunto ou
isoladamente, conforme os novos cenários e em melhor oportunidade.
Nesse momento de intensas medidas que restringem
aglomerações de pessoas para se evitar a disseminação da doença, o Poder
Judiciário informou que considerou a necessidade de alteração da data da
saídinha porque, se fosse realizada, depois de cumprida a saída temporária, ao
retornarem ao sistema prisional os detentos seriam potenciais transmissores do
coronavírus aos demais encarcerados.
Na quinta-feira (12), órgãos públicos cujas sedes estão
instaladas na cidade de São Paulo implementaram restrições à entrada e
circulação de pessoas como forma de contenção e prevenção de infecções por
coronavírus.
Nesta segunda-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo
decidiu suspender audiências consideradas não urgentes e vetou a presença do
público em julgamentos e em fóruns para evitar o contágio do coronavírus. A
recomendação é que só sejam atendidos casos considerados urgentes.
São considerados casos urgentes em audiências aqueles que
envolvem réus presos, menores infratores e alguns casos da área de família.
A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo suspendeu
as visitas às pessoas custodiadas na sede da Polícia Federal.
As medidas de segurança para prevenir o contágio pela doença
foram anunciadas na sexta-feira (13) e sábado (14) pelo Tribunal de Justiça. As
recomendações seguem as orientações divulgadas pelo Conselho Superior de
Magistratura.
Fonte: G1 SP
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