Foto: Simone Kafruni/CB/D.A Press
A Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado aprovou,
nesta terça-feira (3), o substitutivo do Projeto de Lei do Senado nº 232/2016,
que moderniza o marco regulatório do setor elétrico. Se não for apresentada
nenhuma alteração até a próxima reunião da comissão, a proposta será
encaminhada para Câmara dos Deputados na semana que vem. Segundo o parecer do
relator, senador Marcos Rogério (DEM-RO), o consumidor ficará livre para migrar
para o mercado livre em três anos e meio, assim como também poderá escolher a
fonte de energia.
A proposta também reduz de 18 meses para 12 meses o período
para retirada de subsídio de todas as fontes incentivadas, inclusive a solar,
desde que o Ministério de Minas e Energia (MME) entregue, nesse período, uma
metodologia para valorizar a energia limpa pela redução de danos ambientais.
Outra medida estipula que a renda hidráulica, hoje convertida na sua
integralidade para o Tesouro Nacional, será repartida, sendo que dois terços
vão para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que acumula a maior parte
dos encargos do setor.
O senador explicou que, para o consumidor, essas medidas têm
potencial para reduzir a tarifa de energia. Atualmente, os encargos na CDC
custam R$ 22 bilhões rateados entre todos os consumidores. “No caso da
portabilidade para o mercado livre, criamos uma encargo distributivo, para que
a possibilidade não penalize o regulado. Assim, todos consumidores, mesmo os
que migrarem para o livre, vão ratear os encargos”, disse.
O novo marco também prevê o crescimento expressivo de fontes
como eólica e solar na matriz energética. “Os subsídios para as fontes
incentivadas geram distorções, porque os consumidores mais pobres pagam mais
por isso. Os descontos serão substituído após 12 meses por um instrumento que
dê valor aos benefícios ambientais dos empreendimentos que utilizam essas
fontes”, explicou o senador. “A renda hidráulica, que é paga pelo consumidor
mas vai para a União, terá uma repartição mais justa, reduzindo o custo da CDE
na tarifa”, acrescentou.
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou
a importância da aprovação do projeto que “é um marco para o país, um exemplo
em termos de transição energética”. “Fico orgulhoso como ministro mas,
principalmente, como cidadão. Foi um trabalho de todos e isso me deixa otimista
com os resultados. Se tivermos que corrigir rumos, vamos corrigi-los das mesma
forma como isso aqui foi construído”, assinalou.
O diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica,
André Pepitone, também comemorou a aprovação do PLS na comissão do Senado, em
caráter terminativo, ou seja, sem apreciação pelo plenário da Casa. “Hoje é um
dia de vitória. Estamos modernizando o marco e atuando em prol da eficiência do
setor elétrico. Quando falamos isso, falamos em redução de custo”, disse.
Fonte: Diário de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário