Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O Congresso Nacional pode votar nesta terça-feira (10)
projetos que vão regulamentar a execução de emendas impositivas de
parlamentares e que são alvo de polêmica. Os projetos foram enviados pelo
Executivo após o governo Bolsonaro vetar regra do Orçamento de 2020 que previa R$
30,8 bilhões a serem executados sob orientação de comissões e do relator do
Orçamento, o deputado Domingos Neto (PSD-CE).
O veto foi mantido pelo Congresso na semana passada, após os
parlamentares fecharem um acordo com o governo para fazer uma nova divisão da
verba.
A sessão conjunta de deputados e senadores está marcada para
as 14h desta terça. Eles vão inicialmente analisar dez vetos presidenciais a
outros temas para poder então liberar a pauta para os três projetos enviados
pelo Executivo. Os textos precisam passar pela Comissão Mista de Orçamento
antes de irem ao plenário.
A obrigatoriedade de o governo executar emendas de comissões
e do relator foi aprovada pelo Congresso no ano passado. Essas emendas se
juntam a outras também de execução obrigatória, que são as emendas individuais
e de bancadas – para 2020, a previsão é que apenas essas emendas que já
existiam antes custem mais de R$ 15 bilhões.
Entenda o Orçamento impositivo, que divide governo e
Congresso
A nova regra que amplia as emendas foi vetada por Bolsonaro,
dando início a um impasse com o Congresso. A tensão aumentou quando o ministro
do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, afirmou em um
vídeo sem perceber que era gravado que o governo não pode ser “chantageado”.
Além disso, o presidente Bolsonaro chamou a população para protestos no dia 15
em apoio a ele, gerando críticas da cúpula do Legislativo e do Judiciário.
Projetos
Os três projetos enviados pelo governo pretendem a redivisão
dos R$ 30,8 bilhões. Pelo orçamento aprovado no ano passado, seriam R$ 30,1
bilhões nas mãos do relator e R$ 0,7 bilhão nas mãos de comissões. Não foram
detalhados valores de como ficaria o montante caso os três projetos sejam
aprovados.
Em um dos projetos, o PLN (Projeto de Lei do Congresso
Nacional) de número 2, o Executivo lista uma série de impedimentos técnicos
para execução dessas emendas, como a falta de comprovação pelos entes federados
(estados, Distrito Federal ou municípios) da capacidade de colocar recursos
próprios e manter serviços, como unidades de saúde.
O PLN 3 transforma R$ 9,6 bilhões em gastos discricionários
do Executivo, ou seja, que o governo pode escolher executar ou não.
Já o PLN 4 prevê que, na execução de emendas, o
relator-geral ou comissão do Congresso somente serão ouvidos pelo governo
quando a iniciativa parlamentar reforçar despesa fixada pelo Executivo. Isso
acontecerá apenas quando houver valor acrescentado. Por exemplo: em uma dotação
original de R$ 100 mil elevada para R$ 120 mil, o relator-geral ou a comissão orientarão
apenas sobre a execução dos R$ 20 mil extras.
Fonte: R7
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