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terça-feira, 19 de maio de 2020

Teatro de Santa Isabel: 170 anos de história e grandeza cultural

                  Foto: Divulgação

Entre as pompas e circunstâncias que cabem à paisagem do Recife, uma delas, a do Teatro de Santa Isabel, é a que incide inevitavelmente deslumbrante a qualquer olhar que percorra sua grandeza arquitetônica (neoclássica) e paire diante das arestas que compõem o seu interior.

Aos 170 anos de história celebrados exatamente hoje, com trajetória que atravessa desde 1850 narrativas escravocratas, republicanas e predominantemente artísticas, o espaço, tombado ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, exalta os brios pernambucanos como ponto de partida (e de chegada) de palcos e plateias memoráveis que, por excelência à sua vastidão, o elegem como um lugar definitivo para a cultura local e nacional.

“Não é uma casa qualquer, é um patrimônio com 170 anos de existência e permanência na cultura local. As pessoas que conhecem a história do Recife e acompanham o movimento cultural, mesmo à distância, sabem da importância do Santa Isabel, um espaço de uma longevidade difícil de se ver. O pernambucano tem, além de orgulho, uma aura de amor por esse lugar”, ressalta Romildo Moreira, à frente da direção do Teatro de Santa Isabel, que já esteve também sob a administração de nomes como Samuel Campelo, Valdemar de Oliveira e Geninha da Rosa Borges.

Fincado no “coração do Recife”, em frente à Praça da República, o Teatro de Santa Isabel é templo da arte em Pernambuco e palco almejado por qualquer artista – da música, da dança, da arte cênica. “Passava por ele e sempre achava lindo, sonhava em um dia tocar lá. E assim se fez com o Boca Livre, quando eu pude testemunhar o ambiente, a plateia, e pude viver momentos de encantamento”, conta o cantor e compositor Zé Renato.

Já para outros, o lugar foi lugar de estreia e despedida. “Tenho muita saudade do Teatro de Santa Isabel, foi lá onde estreei meu primeiro espetáculo de dança, de música e de teatro, ‘A Bandeira do Divino’ e foi lá também onde apresentei ‘Maracatu Misterioso’, exibição de despedida do Recife antes de seguir para morar em São Paulo”, conta Antonio Nóbrega, da “leva” de artistas locais tão esplendorosos quanto o aniversariante do dia.

Romildo Moreira

“O sentimento de estar à frente do Santa Isabel é o de responsabilidade e também do dever a cumprir com o patrimônio da Cidade do Recife. Ao mesmo tempo sinto prazer como artista, de ter passado por aquele palco tantas vezes, como ator. Isso tem também o peso da responsabilidade. Não é uma casa qualquer, é um patrimônio com 170 anos de existência e permanência na cultura local".

Zé Renato

“É uma joia, um tesouro que temos no Brasil. É o sonho de qualquer artista poder tocar em um teatro como esse, sentindo as boas energias e a história ali presente. É um patrimônio. Um dos teatros mais belos que já toquei em minha vida”.

Gonzaga Leal

“O Teatro de Santa Isabel é um templo da ordem do sagrado que está sempre de braços abertos para os artistas. Quantas memórias cabem nesse teatro? Depois da minha casa, é o palco do Teatro de Santa Isabel onde mais me sinto protegido e possuído de fortaleza. Ele é um mimo e um dom. Uma dádiva. Uma graça”.

Silvério Pessoa

“Meu DVD ‘Cabeça Elétrica, Coração Acústico’ foi gravado ao vivo lá, em 2006, e foi o primeiro nesse formato na história do teatro. E depois, o show do lançamento do DVD também foi lá. Fiz shows memoráveis naquele palco, um templo que tenho a maior devoção”.

Juliano Holanda

"O Santa Isabel é o teatro recifense por excelência, é um retrato da nossa cidade muito bem construído, por ser tanto um lugar de ar aristocrático, como também abrange, até pela localização, um aspecto popular. É um lugar de muita poesia. O Santa Isabel é um lugar que a gente se sente muito abraçado".

Fonte: Folha PE

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