Foto: Divulgação
Entre as pompas e circunstâncias que cabem à paisagem do
Recife, uma delas, a do Teatro de Santa Isabel, é a que incide inevitavelmente
deslumbrante a qualquer olhar que percorra sua grandeza arquitetônica
(neoclássica) e paire diante das arestas que compõem o seu interior.
Aos 170 anos de história celebrados exatamente hoje, com
trajetória que atravessa desde 1850 narrativas escravocratas, republicanas e
predominantemente artísticas, o espaço, tombado ao Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, exalta os brios pernambucanos como ponto de partida (e de
chegada) de palcos e plateias memoráveis que, por excelência à sua vastidão, o
elegem como um lugar definitivo para a cultura local e nacional.
“Não é uma casa qualquer, é um patrimônio com 170 anos de
existência e permanência na cultura local. As pessoas que conhecem a história
do Recife e acompanham o movimento cultural, mesmo à distância, sabem da
importância do Santa Isabel, um espaço de uma longevidade difícil de se ver. O
pernambucano tem, além de orgulho, uma aura de amor por esse lugar”, ressalta
Romildo Moreira, à frente da direção do Teatro de Santa Isabel, que já esteve
também sob a administração de nomes como Samuel Campelo, Valdemar de Oliveira e
Geninha da Rosa Borges.
Fincado no “coração do Recife”, em frente à Praça da
República, o Teatro de Santa Isabel é templo da arte em Pernambuco e palco
almejado por qualquer artista – da música, da dança, da arte cênica. “Passava
por ele e sempre achava lindo, sonhava em um dia tocar lá. E assim se fez com o
Boca Livre, quando eu pude testemunhar o ambiente, a plateia, e pude viver
momentos de encantamento”, conta o cantor e compositor Zé Renato.
Já para outros, o lugar foi lugar de estreia e despedida.
“Tenho muita saudade do Teatro de Santa Isabel, foi lá onde estreei meu
primeiro espetáculo de dança, de música e de teatro, ‘A Bandeira do Divino’ e
foi lá também onde apresentei ‘Maracatu Misterioso’, exibição de despedida do
Recife antes de seguir para morar em São Paulo”, conta Antonio Nóbrega, da
“leva” de artistas locais tão esplendorosos quanto o aniversariante do dia.
Romildo Moreira
“O sentimento de estar à frente do Santa Isabel é o de
responsabilidade e também do dever a cumprir com o patrimônio da Cidade do
Recife. Ao mesmo tempo sinto prazer como artista, de ter passado por aquele
palco tantas vezes, como ator. Isso tem também o peso da responsabilidade. Não
é uma casa qualquer, é um patrimônio com 170 anos de existência e permanência
na cultura local".
Zé Renato
“É uma joia, um tesouro que temos no Brasil. É o sonho de
qualquer artista poder tocar em um teatro como esse, sentindo as boas energias
e a história ali presente. É um patrimônio. Um dos teatros mais belos que já
toquei em minha vida”.
Gonzaga Leal
“O Teatro de Santa Isabel é um templo da ordem do sagrado
que está sempre de braços abertos para os artistas. Quantas memórias cabem
nesse teatro? Depois da minha casa, é o palco do Teatro de Santa Isabel onde
mais me sinto protegido e possuído de fortaleza. Ele é um mimo e um dom. Uma
dádiva. Uma graça”.
Silvério Pessoa
“Meu DVD ‘Cabeça Elétrica, Coração Acústico’ foi gravado ao
vivo lá, em 2006, e foi o primeiro nesse formato na história do teatro. E
depois, o show do lançamento do DVD também foi lá. Fiz shows memoráveis naquele
palco, um templo que tenho a maior devoção”.
Juliano Holanda
"O Santa Isabel é o teatro recifense por excelência, é
um retrato da nossa cidade muito bem construído, por ser tanto um lugar de ar
aristocrático, como também abrange, até pela localização, um aspecto popular. É
um lugar de muita poesia. O Santa Isabel é um lugar que a gente se sente muito
abraçado".
Fonte: Folha PE
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