Foto: AFP
A nova pandemia de coronavírus causou mais de 400.000 mortes
em todo mundo, desde seu surgimento na China em dezembro passado, um número que
dobrou em um mês e meio - aponta balanço da AFP feito com base em fontes
oficiais, neste domingo (7).
No total, foram registradas 400.052 mortes e 6.929.960 casos
de contágio oficialmente declarados. Mais da metade dos óbitos é na Europa
(183.428). Com 109.802 mortos de 1.920.061 de casos confirmados, os Estados
Unidos são o país mais atingido, seguido de Reino Unido (40.542 mortes, 286.194
casos), Brasil (35.930 mortes), Itália (33.846) e França (29.142).
Novo epicentro: a América Latina
Há algumas semanas transformada no novo epicentro da
pandemia, a América Latina registra mais de 1,2 milhão de casos de contágio e
passa de 62.000 óbitos. Mais da metade do total de mortos é no Brasil, onde o
presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se recusou a aplicar medidas de
confinamento.
Procurando emergir do colapso econômico causado por semanas
de restrições e de confinamentos para conter a propagação do vírus, os países,
incluindo muitos que ainda sofrem com o vendaval da pandemia, continuam se
abrindo.
Dada a desaceleração das infecções e a queda no número de
mortes, a Europa seguirá, nesta semana, com a reativação de seu comércio e
indústria e com a reabertura de atividades sociais e de suas fronteiras.
Com mais de 27.000 mortos, a Espanha continua na
segunda-feira com seu cauteloso desconfinamento por fases, com a passagem de
Madri e Barcelona para a segunda e penúltima etapa. Nela, está autorizada a
abertura de praias para banhos de sol e das áreas internas dos restaurantes.
Com mais de 40.000 mortes, o Reino Unido anunciou hoje a
reabertura dos locais de culto "para a oração individual", a partir
de 15 de junho.
Neste fim de semana, locais emblemáticos como o Palácio de
Versalhes, nos arredores de Paris, ou os grandes museus de Madri, como o Prado,
voltaram a receber o público.
A passos acelerados na AL
De longe o país mais afetado do mundo em números absolutos,
os Estados Unidos registram mais de 109.000 mortes e 1,9 milhão de casos. Ainda
assim, o presidente americano, Donald Trump, diz que a economia está se
recuperando e insiste em flexibilizar o confinamento.
Seguindo seu exemplo, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou
retirar o Brasil da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando "viés
ideológico" da organização.
Terceiro país com mais mortes por vírus no mundo (mais de
35.000) e com 645.000 casos oficialmente reconhecidos, as autoridades regionais
de saúde acusaram o governo de tornar "invisíveis" os mortos pela
COVID-19 e questionam a metodologia para contagem de óbitos.
Apesar de o México, com mais de 13.000 mortes e 110.000
infecções, estar em um pico de disseminação e de mortalidade, o governo iniciou
a reabertura econômica e social.
O Peru é o segundo país da região em número de casos
(191.758) e o terceiro em mortes (5.302), com um sistema de saúde à beira do
colapso.
Com 386 mortes e 16.000 infecções, o Panamá, o mais atingido
da América Central, retomará a quarentena por gênero na capital e em uma
província adjacente na segunda-feira, depois do aumento de número de casos
decorrente do desconfinamento.
Temendo uma maior disseminação do vírus, a Venezuela
anunciou que reduzirá o fluxo de migrantes autorizados a retornarem para o país
através de uma importante passagem de fronteira com a Colômbia, a partir de
segunda-feira (8).
Longo caminho para recuperação
Em um momento em que a indústria do petróleo foi particularmente
afetada pela queda da demanda durante o confinamento, a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados decidiram, neste fim de semana,
prolongar os atuais cortes de produção em julho para estimular preços do
petróleo.
Dados sombrios das duas maiores economias da Ásia destacam,
porém, o longo caminho para a recuperação global.
As exportações da China caíram 3,3% na comparação anual em
maio, após uma recuperação inesperada em abril. Analistas dizem que um declínio
mais acentuado está-se aproximando desta potência manufatureira mundial.
E, na Índia, as fábricas também lutam para recomeçar, devido
à escassez de mão de obra. O país emerge lentamente de um rígido bloqueio que
enviou milhões de trabalhadores migrantes para suas aldeias remotas.
"Pelo menos 60% dos nossos trabalhadores foram embora.
Como podemos fazer uma fábrica funcionar com apenas um terço da mão de
obra?", questiona Sanjeev Kharbanda, empresário ligado ao setor de
calçados no estado indiano de Haryana.
Das grandes às pequenas empresas, o estrago causado pelo
vírus foi imenso, levando muitas à falência.
Tags #total mortos pandemia mundo
Fonte: Correio Braziliense
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