Foto: Divulgação / Polícia Civil do RJ
Imagens do corpo do ex-capitão da PM Adriano da Nóbrega,
ligado ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), indicam que ele foi morto
com tiros disparados a curta distância, segundo reportagem da revista Veja.
A publicação teve acesso a fotos feitas após a autópsia do
ex-policial, morto em Esplanada (BA), no último domingo (9), que mostram que
ele também tinha um ferimento na cabeça e uma queimadura no lado esquerdo do
peito.
Apontado como chefe de milícia no Rio, Adriano morreu
baleado com dois tiros, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública da
Bahia. As perfurações causaram lesões no tórax, no pescoço e na clavícula, além
de quebrar sete costelas.
Homenageado duas vezes na Assembleia Legislativa do Rio pelo
hoje senador Flávio Bolsonaro, Adriano é citado na investigação que apura a
prática de "rachadinha" (esquema de devolução de salários) no
gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. O miliciano teve a mãe e a
mulher nomeadas para cargos quando Flávio era deputado estadual no Rio.
Dois especialistas ouvidos pela Veja analisaram as imagens
obtidas pela revista. Embora ponderem que uma avaliação mais precisa dependa da
análise do corpo, eles consideram haver indícios de que Adriano tenha sido
atingido a curta distância.
Um médico legista da Universidade de Brasília, Malthus
Galvão, afirmou que marcas vermelhas próximas da região do peito indicam que o
disparo teria ocorrido a uma distância de no máximo 40 centímetros,
considerando um revólver ou uma pistola.
Uma outra marca de tiro na região do pescoço, afirmou o
especialista, pode ser decorrência de um disparo feito após a vítima ter caído
no chão. Uma hipótese mencionada pela reportagem sobre a queimadura é a de ter
sido provocada pela boca de uma arma de cano longo após um tiro.
Um outro legista ouvido pela Veja, sob condição de
anonimato, analisou as imagens e afirmou que o tiro na lateral do corpo do ex-capitão
provavelmente foi dado quando o miliciano estava com os braços erguidos.
Foragido havia mais de um ano, Adriano foi alvo no domingo
(9) de uma operação conjunta das polícias baiana e fluminense. De acordo com as
autoridades da Bahia, ele foi atingido em meio à troca de tiros e foi levado a
um hospital da região, mas não resistiu.
As circunstâncias da morte expõem uma série de dúvidas sobre
a rede que deu suporte a Adriano e sobre a própria versão oficial da morte
dele.
Técnicos do Departamento de Polícia Técnica da Bahia farão
perícia no escudo à prova de balas utilizado na operação policial. Em
depoimento, os policiais que participaram da ação relataram que o escudo evitou
que dois disparos de arma de fogo os atingissem.
Fonte: Folha PE
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