José Cruz/Agência
Brasil
Pressionado por deputados da oposição a se manifestar sobre
o ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, o ministro da Justiça,
Sérgio Moro, atribuiu ao governo da Bahia, hoje comandado pelo PT, a operação
que resultou na morte do miliciano.
"A pessoa foi morta nesse confronto com a polícia. E
veja: nem estou criticando a polícia lá, vai ser apurado. Mas é a polícia de
Estado governado pelo Partido dos Trabalhadores", afirmou.
A Bahia é governada pelo petista Rui Costa. Segundo as
informações oficiais, Adriano morreu após confronto com homens do Batalhão de
Operações Especiais baiano. Ele estava foragido desde janeiro de 2019, até que
foi localizado em Esplanada, no interior baiano.
O ex-PM teve a ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa, e a
mãe, Raimunda Veras Magalhães, contratadas no gabinete de Flávio Bolsonaro
quando ele era deputado estadual. Ambas são investigadas por suposta
participação em esquema de 'rachadinha' (desvio de dinheiro dos seus salários
para o parlamentar). Também era ligado a Fabrício Queiroz, outro ex-assessor de
Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
A versão de queima de arquivo para a morte de Adriano da
Nóbrega foi explorada pela oposição durante parte dos debates travados na
terça-feira, 11, no plenário da Câmara. Flávio já homenageou o ex-policial na
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Moro aproveitou a audiência para rebater versões sobre
suposto interesse do governo em poupar o ex-policial. Uma das críticas que
sofreu foi por não ter incluído Adriano da Nóbrega na mais recente lista de
criminosos mais procurados. De acordo com o ministro, a inclusão não ocorreu
por razões meramente técnicas.
"Ninguém protegeu essa pessoa, ela foi encontrada. Se
estivéssemos protegendo alguém, estaríamos fazendo um péssimo trabalho",
disse, em resposta à provocação lançada pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Fontana pediu publicamente a Moro a inclusão de Queiroz em
programa de proteção a testemunhas. O ministro respondeu que proteções precisam
ser solicitadas pelo cidadão e que o programa é controlado não pela pasta da
Justiça, mas pelo Ministério de Direitos Humanos.
Fonte: Notícias ao Minuto
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