Os policiais federais estão revoltados e querem punição para
os assassinos do agente Ronaldo Heeren, executado a tiros na quinta, 13, no
Rio. Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informou
que 'está em contato permanente' com a direção-geral da PF e os comandos das polícias
Civil e Militar do Rio.
Os assassinos de Heeren seriam milicianos da quadrilha de
Wellington da Silva Braga, o 'Ecko', acusado de controlar a maior milícia do
Estado do Rio desde 2017.
Ele tinha 59 anos, dos quais 22 dedicados à PF.
O agente Plínio Ricciard, que sobreviveu ao tiroteio, está
recebendo apoio psicológico e dos colegas da corporação, informou a èntidade da
categoria.
Ele relatou que, assim que chegou na favela, a Mitsubishi
L200, viatura descaracterizada e não blindada da PF, foi interceptada por um
Toyota Corolla prata.
Do carro desceram quatro homens armados. Os agentes atiraram
e os bandidos revidaram. Ricciard conseguiu saltar da Mitsubishi, pulou alguns
muros e se escondeu em uma casa, que estava vazia.
"Temos certeza que os responsáveis pelos crimes serão
identificados e punidos com rigor. É isso que pedimos à Polícia Federal e aos
demais órgãos responsáveis", declarou o presidente da Fenapef, Luis
Antônio Boudens.
"Por ser um crime federal, a investigação, em tese,
cabe à Polícia Federal, mas as outras corporações já se colocaram à disposição
para que, juntas, desvendem o crime e levem a júri os responsáveis pelo
ataque", destaca a nota da Fenapef.
A Fenapef e o Sindicato dos Servidores do Departamento de
Polícia Federal no estado do Rio informaram que Ronaldo Heeren 'foi assassinado
no cumprimento da missão protocolar de entregar uma intimação na Comunidade de
Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro'.
"O que incomoda aos colegas e à corporação é que existe
um modelo que obriga um policial com todo esse tempo de trabalho a cumprir uma
missão corriqueira. Um agente especial deveria fazer investigações. Se o modelo
fosse outro, nosso colega talvez tivesse morrido da mesma forma, mas em ação,
investigando", critica o presidente do Sindicato, Gladiston Silva.
Luis Antônio Boudens disse que 'está preocupado com o amparo
à família do colega, já que as novas regras para concessão de aposentadoria e
pensões estabelecidas pela Reforma da Previdência tornam mais complicado o
acesso aos benefícios'.
Homenagem
Herren será sepultado às 14 horas deste sábado, 15, no
Cemitério São Francisco Xavier, em Niterói. Viaturas caracterizadas da PF vão
acompanhar o cortejo.
A PF decretou luto por três dias.
"A Fenapef exige uma investigação rigorosa dos fatos e
uma resposta à altura, com prisão e condenação dos envolvidos", disse
Boudens.
Ele destacou que em 2016 um outro crime semelhante mobilizou
a corporação. O policial Wilson Teixeira Queiroz Netto foi baleado no tórax ao
tentar defender uma pessoa durante um assalto. Dois dos criminosos envolvidos
foram mortos em outro confronto com a PF. O terceiro envolvido foi preso.
Fonte: Notícias ao Minuto
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