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A rotina de um praticante de atividades físicas se
diferencia de uma pessoa comum. Um adepto da musculação, por exemplo, necessita
de uma disciplina alimentar diferenciada para obter melhores resultados e
também para que esteja adequadamente nutrido, uma vez que o gasto energético é
maior em relação a uma pessoa sedentária. Por isso, é muito comum o uso de
suplementos alimentares, sendo o whey protein o de maior popularidade nesse
meio.
Apesar disso, como muitas dúvidas ainda circundam o tema, a
Luisa Saldanha, farmacêutica e diretora científica da Pharmapele, ajuda a
esclarecer as dúvidas mais comuns em relação ao suplemento e à síntese proteica
no geral:
Whey Protein concentrado, isolado e hidrolisado não possuem
diferenças efetivas: MITO. A diretora científica da Pharmapele explica cada um
deles de forma detalhada: “O whey protein concentrado é recomendado para quem
busca ganho de massa muscular e redução calórica. É o mais ‘simples’ dentre os
três, já que passa por um processo mínimo de filtragem, conservando lactose,
gorduras e mineirais”, diz a farmacêutica.
Já o hidrolisado, passa por um processo chamado hidrólise –
como o nome já sugere –, no qual as moléculas de proteínas são quebradas em
segmentos ainda menores, chamados peptídeos, o que torna a absorção mais fácil
e completa pelo organismo. Por ser uma proteína de alta qualidade, possui menor
possibilidade de provocar reações alérgicas e é ideal para atletas que treinam
em intervalos curtos. “O isolado, por sua vez, apresenta praticamente 100% de
pureza. Para isso, o soro do leite passa por processos rígidos de filtração,
nos quais o colesterol, as gorduras, a lactose e hidratos de carbono são
eliminados, fazendo com que haja aumento do nível proteico. É considerada uma
proteína completa, pois possui todos os aminoácidos necessários para uma dieta
saudável, é isento de carboidratos (lactose) e auxilia na construção e
definição muscular”, explica.
Intolerantes à lactose não podem suplementar proteínas:
MITO. “A intolerância trata-se da incapacidade de digerir totalmente a lactose
de produtos lácteos. Ela pode desencadear sintomas desconfortáveis como
cólicas, distensões abdominais e diarreia”, diz a farmacêutica. Entretanto, a
diretora científica da Pharmapele esclarece que existem outras opções de fontes
de proteínas no mercado que são isentas de lactose, como a proteína de ervilha,
do arroz, do colágeno e o próprio whey isolado – que é a forma mais pura da
proteína do soro do leite, obtida através de dois processos: microfiltração ou
troca iônica (processo que atinge 100% de pureza).”
Quanto ao colágeno, sua absorção varia de acordo com a
qualidade: VERDADE. O colágeno representa de 25 a 30% das proteínas presentes
no corpo humano, sendo alguns tipos de colágeno mais abundantes do que outros.
“A escolha do tipo de colágeno é determinante para sua efetividade e local de
ação. O BodyBalance™, colágeno hidrolisado e composto por peptídeos bioativos
de colágeno, é uma ótima opção. É um suplemento nutricional aliado no combate à
sarcopenia (processo natural e progressivo de perda de massa muscular), e seu
consumo diário associado aos exercícios físicos contribui na melhora da
composição corporal, aumentando a massa magra e diminuindo o percentual de
gordura. Além disso, o produto é livre de glúten e lactose”, sugere.
Excesso de suplemento proteico engorda: VERDADE. Assim como
os carboidratos, as proteínas geram 4Kcal/g – enquanto as gorduras geram
5Kcal/g. “Nosso corpo tem um limite para absorver proteína para a construção
muscular. Sendo assim, o excesso aumenta, sim, o nosso peso”, explica.
Suplemento proteico provoca hipertrofia: MITO. “A
hipertrofia é o aumento do volume muscular, resultante do equilíbrio entre três
fatores: prática de exercício físico intenso, alimentação adequada e descanso. Dessa
forma, os suplementos proteicos, por si só, não constroem massa muscular, mas
são importantíssimos ao servirem como ‘tijolos’ para o crescimento dos
músculos, desde que haja o estímulo através do exercício físico, alimentação e
descanso adequados.”
Atletas devem consumir muita proteína e eliminar totalmente
carboidratos e gorduras da dieta: MITO. O consumo de proteínas de alto valor
biológico é fundamental para a construção muscular, porém, as outras classes de
nutrientes também são determinantes para o bom funcionamento do corpo e não
podem ser eliminadas. “Quando isso acontece, parte dos aminoácidos que teriam
como função construir massa muscular, são ‘desperdiçados’ para a manter em
funcionamento o metabolismo e as funções vitais. Portanto, a alimentação
exclusivamente proteica não é efetiva”, complementa.
Dietas excessivamente proteicas prejudicam o cálcio dos
ossos: VERDADE. “A proteína é necessária para a formação óssea e para a
construção de tecido muscular. Porém, aumentar demais sua ingestão acaba
acidificando o sangue, que retira cálcio dos ossos para amenizar a acidez, por
isso um grande aumento de ingestão proteica deve ser indicado e acompanhado por
um especialista. As pesquisas revelam que a perda de cálcio do sangue acelera o
processo de osteoporose, principalmente nas mulheres.”
BCAAs são suficientes para uma hipertrofia otimizada: MITO.
“O BCAA tem, de fato, um efeito positivo no crescimento muscular. No entanto,
estudos vêm demonstrando que, para uma hipertrofia muscular satisfatória,
precisamos de todos os 9 aminoácidos essenciais e não somente dos 3 que
constituem os BCAA’s. Dessa forma, se somente os 3 aminoácidos forem
consumidos, a disponibilidade dos outros 6 no corpo passa a ser um fator
limitador para a síntese proteica. O estudo* de Jackman e colaboradores
verificou que com a ingestão de 5,6g de BCAA o resultado de síntese proteica
era de apenas 22%, aproximadamente metade do alcançado com a ingestão
equivalente de whey protein, o que demonstra a ineficiência do suplemento quando
comparado à proteína do soro do leite”, finaliza Luisa Saldanha.
Fonte: Notícias ao Minuto
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