Imagem: reprodução
A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
proíbe a concessão de anistia a policiais que aderirem a motins ou paralisações
no Ceará, realizada na tarde desta terça-feira (3), já tem a maioria de votos
de deputados estaduais até as 15h52. O segundo turno de votação ocorre ainda
nesta terça.
A medida foi a plenário após a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa aprovar, ainda nesta segunda-feira (2),
a matéria.
A votação em segundo turno deve ser concluída ainda nesta
terça, pois, por se tratar de emenda à Constituição, a matéria precisa ser
apreciada em dois turnos, recebendo nas duas ocasiões, pelo menos, 28 votos.
Aprovação aguardada
A maioria do Governo na Casa garantiu a aprovação da
matéria, mas a expectativa inicial, tanto de governistas, como dos membros da oposição
era de que a PEC fosse mesmo aprovada.
Opositores, inclusive, já se articulavam desde cedo para
encontrar outras alternativas que conseguissem derrubar a proibição à anistia
administrativa.
“Nós já estamos estudando uma maneira de entrar (na Justiça)
com uma ação de inconstitucionalidade”, afirmou o Delegado Cavalcante (PSL), o
único deputado a votar contra a aprovação da PEC do Governo na CCJ – com sete
votos a favor no total.
Reivindicação prioritária
A anistia foi o ponto mais reivindicado pelos policiais que
se mantiveram amotinados no Ceará ao longo de 13 dias.
Na noite deste domingo (1º), eles estiveram reunidos com
seus representantes no 18º Batalhão e decidiram dar um ponto final ao movimento
de paralisação.
Os agentes aceitaram a proposta definida pela comissão
especial formada por membros dos três poderes estaduais e por representantes
dos PMs.
A proposta feita pela comissão inclui os seguintes termos:
Os policiais militares contarão com o apoio de instituições
extragovernamentais, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria
Pública e Exército;
Os agentes terão direito a um processo legal sem
perseguição, com amplo direito a defesa e contraditório, e acompanhamento das
instituições de apoio;
O governo do Ceará não vai transferir policiais para o
interior do estado em um prazo de 60 dias, contados a partir do fim do
motim;Revisão de todos os processos adotados contra policiais militares durante
a paralisação;
Garantia de investimento de R$ 495 milhões com o salário de
policiais até 2022;
Desocupação de todos os batalhões onde havia policiais
amotinados até 23h59 deste domingo;
Os policiais militares devem retornar ao trabalho às 8h
desta segunda-feira, dia 2 de março.
PMs soltos
Nesta segunda-feira (2), menos de 24 horas após o Governo do
Ceará e o grupo de policiais militares firmarem acordo pelo fim da paralisação,
a Vara da Auditoria Militar determinou que 46 PMs fossem soltos.
Os militares estavam presos pelo crime de deserção (por não
terem se apresentado para trabalhar na Operação Carnaval). Outros três PMs
capturados em flagrante furando pneus e que foram autuados por motim permanecem
presos.
Embates eleitorais
Durante a votação da PEC que proíbe anistia a PMs envolvidos
em motins ou greves, na CCJ, deputados da base e oposição trocaram acusações
sobre a motivação eleitoral dos motins. “Alguns grupos se amotinaram por terem
sido levados por quem faz uso político”, declarou Queiroz Filho (PDT),
afirmando que a oposição tinha motivações partidárias para votar contra a PEC
no colegiado.
Negação
Único integrante da oposição na CCJ, na segunda, o deputado
Delegado Cavalcante (PSL) ressaltou que “jamais colocaria política partidário
em algo tão sério”. “Infelizmente, aqui são todos partidários do Governo e
estão legislando em algo inconstitucional, e eu tenho quase certeza de que será
aprovada (em plenário)”, rebateu
Fonte: Diário do Nordeste CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário