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Ogoverno de Pernambuco, Estado ao qual o arquipélago de
Fernando de Noronha é vinculado, criticou nesta terça-feira, 3, o plano do
governo federal de abrir a ilha para cruzeiros marítimos e uma dúzia de
naufrágios artificiais, para criar novos recifes na área, conforme revelou o
jornal O Estado de S.Paulo. Para o secretário de Meio Ambiente pernambucano,
José Bertotti, o modelo proposto não "respeita a natureza".
Há sete anos Noronha não recebe cruzeiros marítimos com
regularidade. O motivo passa por restrições impostas às operadoras para fretar
navios e licenças ambientais. A administração do arquipélago é feita pela
Agência Estadual de Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes da
Biodiversidade (ICMBio), órgão federal, que no ano passado chegou a ter seu
gestor afastado do cargo pelo governo.
Os barcos que tinham aval para atracar em Noronha tinham
capacidade de 150 a 200 passageiros, mas agora o plano, conforme apurou o
Estado, é liberar para embarcações com 600 passageiros ou mais, o que pode
colocar em xeque a capacidade de suporte do local, patrimônio natural da
humanidade. O plano foi mencionado em vídeo do senador Flávio Bolsonaro (sem
partido-RJ), acompanhado do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo
(Embratur), Gilson Machado.
Em nota, Bertotti declarou, por nota, que "a informação
de que o governo federal vai 'autorizar' a entrada de cruzeiros marítimos em
Fernando de Noronha deixa mais uma vez evidente a maneira como a União
lida" com o meio ambiente. "As referidas autoridades desconhecem a
existência da limitação do número de visitantes em Fernando de Noronha e as
consequências de colocar na ilha mais de 600 pessoas de uma só vez, como
acontece no caso dos navios de cruzeiro", declara Bertotti.
"As 21 ilhas do arquipélago abrigam uma biodiversidade
única e não podem ser alvo do modelo de turismo predatório sugerido no vídeo
publicado pelo senador Flávio Bolsonaro e o presidente da Embratur, Gilson
Machado". Bertotti afirmou que "fica claro como os representantes do
governo federal se ocupam muito mais em querer impor um tipo de visitação que
não respeita a natureza do que focalizar sua energia em iniciativas que
respeitam o meio ambiente ou que ofereçam melhores condições de vida aos
moradores do arquipélago".
O governo de Pernambuco é responsável pela administração do
território estadual de Fernando de Noronha e, segundo o secretário, tem
investido em programas sustentáveis como o Plástico Zero, que impede a entrada
de embalagens plásticas descartáveis na ilha; e o Carbono Zero que, por lei,
determina a substituição gradativa dos veículos a combustão por elétricos no
local.
No passado, declarou Bertotti, o governo de Pernambuco
investiu R$ 10,5 milhões na construção de casas populares, uma nova creche, a
sede do Centro de Referência de Assistência Social e novos equipamentos para o
Hospital São Lucas, além da requalificação do porto. "Novas ações estão em
processo de contratação como o novo estudo de capacidade de suporte, plano
diretor e a lei de uso e ocupação do solo. Seguiremos firmes no propósito de
manter Fernando de Noronha como uma referência de preservação ambiental e de
boas práticas de sustentabilidade e de turismo", afirmou.
Fonte:Notícias ao Minuto
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