Várias ações policiais de patrulhamento nas fronteiras têm
evitado que milhares de cigarros contrabandeados e mercadorias vindas
principalmente do Paraguai adentrem ao território nacional e sejam distribuídas
em diversas regiões brasileiras, principalmente no Nordeste. A Operação Hórus
que é formada por policiais federais, rodoviários federais, civis, militares e
exército tem diariamente apreendido inúmeros caminhões carregados de cigarros.
Nos últimos 3 dias foram apreendidos 04 (quatro) caminhões em Guaíra/PR e Terra
Roxa/PR (cidades fronteiriças e próximas ao Paraguai) com aproximadamente 2.200
caixas de cigarros contrabandeados do Paraguai com 4 suspeitos presos, gerando
um prejuízo ao crime organizado de 6 milhões de reais.
Tais ações evitam que uma quantidade enorme de cigarros
vindos do Paraguai não adentre ao território pernambucano, evitando assim grandes prejuízos ao estado por sonegação de impostos.
No patrulhamento que é feito pelo NEPOM (Núcleo de Polícia
Marítima) da Polícia Federal é bastante comum vez por outra flagrar criminosos
furtando a fiação da iluminação da Ponte Ayrton Senna. Numa dessas vezes o
criminoso ao perceber aproximação policial, tentou iniciar manobra para subir
novamente a ponte, quase caindo algumas vezes, mas conseguiu empreender fuga
através da BR-163.
A última apreensão de cigarros contrabandeados feita em
Recife/PE foi realizada pela Polícia Militar (11º BPM) num depósito no bairro
de Beberibe/PE onde foram apreendidos 745 (setecentos e quarenta e cinco)
pacotes de cigarros. Na ocasião foi preso um suspeito de 44 anos, natural de
Aliança/PE e residente nos Torrões/PE. O interessante dessa apreensão se deu
por existir cigarros contrabandeados do Paraguai mais de fabricação chinesa da
marca NISE, fato que não é muito comum acontecer.
Terminado os trabalhos de polícia ostensiva e tendo sido
encontrado os cigarros contrabandeados, o suspeito recebeu voz de prisão em
flagrante, foi informado dos seus direitos e garantias constitucionais e em seguida
por se tratar de crime de competência federal foi levado para a Polícia
Federal, para as formalidades legais de Polícia Judiciária, tendo sido autuado
em flagrante pela prática contida no artigo 334-A, § 1º, V do Código Penal
(Contrabando: importar ou exportar mercadoria proibida) e, caso venham a ser
condenados poderão pegar penas que variam de 2 a 5 anos de reclusão). Após a
autuação, o preso realizou exame de corpo de delito no IML-Instituto de
Medicina Legal, e foi enviado para audiência de custódia ficando à disposição
da Justiça Federal.
Neste tipo de prática criminosa tais infratores sempre estão
ligados à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes
públicos. Há toda uma rede organizada por trás do contrabando quais sejam:
fabricantes, depósitos, rede de distribuição e vendedor final. Cada mercadoria
que entra no país sem recolher o devido imposto representa um produto a mais no
mercado formal que deixou de ser vendido. Assim, deixa-se de arrecadar impostos
com recursos que poderiam ser investidos na saúde, educação, segurança e
habitação, além de gerar desemprego com a demissão de funcionários e fechamento
de lojas em virtude da concorrência desleal pelos preços que são aplicados bem
abaixo do mercado (as empresas que contratam seus funcionários pagam todos os
encargos trabalhistas como férias, 13º salário, plano de saúde, indenização por
tempo de serviço), enquanto que tais infratores não tem compromisso com nada
disso.
Segundo pesquisa do IBOPE apontou que 57% dos cigarros comercializados
em Pernambuco no ano de 2019 tem origem ilegal. Somente este ano este mercado
ilegal deve movimentar 370 milhões e gerar uma perda de R$ 250 milhões na
arrecadação, sendo 157 milhões em ICMS e R$ 93 milhões do Fundo de Participação
no Estado. 63% de todo o cigarro que circulam ilegalmente no Brasil vem do
Paraguai. O Paraguai cobra 18% de imposto e o Brasil entre 70% e 90% dependendo
do ICMS.
Aumento da pena para o crime de contrabando
No dia 27.06.2014 a ex-Presidente Dilma Rousseff sancionou a
lei que aumenta a punição para o crime de contrabando. A nova legislação,
elevou a pena que era de 1 a 4 anos de prisão para 2 a 5 anos. Antes quem era
preso com contrabando pagava fiança e respondia ao processo em liberdade, agora
quem for preso com cigarros contrabandeados não terá o benefício da fiança e
irá direto para o presídio, caso seja confirmada a prisão na audiência de
custódia. A lei sancionada prevê ainda que a pena para o crime de contrabando
seja dobrada nos casos em que o ato ilícito for cometido por meio do transporte
aéreo, marítimo ou fluvial.
Fonte: Agreste Violento
Nenhum comentário:
Postar um comentário