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sábado, 14 de março de 2020

Alunos aprendem história e filosofia de Marielle Franco em escola no Rio

                  Arquivo Pessoal

Após dois anos sem a conclusão das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a memória da parlamentar continua viva onde ela nasceu e cresceu, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.

Na Escola Municipal Vereadora Marielle Franco, a voz e história da parlamentar se faz presente no cotidiano de crianças do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental desde agosto de 2018.

“Ter o nome da Marielle na escola é uma honra muito grande. As próprias crianças e a comunidade falam, têm um carinho muito grande com a instituição e a vereadora. Não abordamos a Marielle só em datas especiais. Os projetos, na maioria das vezes, são focados exclusivamente na vida dela”, afirma a primeira diretora da escola, Suzane Areiolo, de 33 anos.

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De acordo com a professora, a instituição realiza ações pautadas na vida e filosofia da vereadora. Em 2018, ano em que Marielle foi assassinada ao sair de um compromisso público, a escola apostou em um projeto sobre a carreira política e pessoal da parlamentar.

No ano seguinte, o colégio buscou transmitir aos alunos valores que a vereadora acreditava e lutava, como o ubuntu. O termo em português significa “humanidade para com os outros” e foi uma das fontes de inspiração para Nelson Mandela, uma das lideranças contra o Apartheid, na África do Sul, no final do século passado.

Nunca a filosofia Ubuntu "Eu sou porque nós somos", fez tanto sentido pra mim.

 “Focamos no 'ubuntu', filosofia que a Marielle acreditava. A partir disto,  trabalhamos os valores de empatia e solidariedade. A gente sempre reintegra os valores da Marielle”, diz Areiolo.

Além da narrativa inspiradora da parlamentar, a escola evita tocar na temática da morte trágica de Marielle e de Anderson, assassinados a tiros, no dia 14 de março, na região central do Rio.

“A gente evita falar muito sobre o assassinato devido às circunstâncias dos acontecimentos. Nós tocamos no nome do Anderson quando falamos da morte, mas não é nosso foco. Nós tentamos  adaptar de acordo com a faixa etária de cada criança, mas sempre com o objetivo de mostrar que eles podem chegar aonde quiserem, assim como a Marielle".

Marielle no Brasil e no mundo


A memória de Marielle não é celebrada só no Complexo da Maré, local da escola que leva o nome da parlamentar, ou na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde batiza a tribuna da Casa. A história da vereadora também virou museu com a Casa Marielle Franco, no centro do Rio. O espaço conta com uma exposição permanente que retrata a luta dela pela representatividade das minorias.

Ainda na capital do Estado, Marielle também batiza a concha acústica da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e uma rua na região central da cidade. Além do Rio, outras cidades pelo Brasil, como a capital de São Paulo e Fortaleza, no Ceará, decidiram prestar homenagens a ativista dos direitos humanos.

O legado de Marielle também atravessou o Atlântico. A vereadora ganhou também um mural em Lisboa, como parte do projeto Brave Walls, e um jardim, em Paris, na França.

Fonte: R7

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