Arquivo Pessoal
Após dois anos sem a conclusão das investigações sobre o
assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a
memória da parlamentar continua viva onde ela nasceu e cresceu, no Complexo da
Maré, zona norte do Rio de Janeiro.
Na Escola Municipal Vereadora Marielle Franco, a voz e
história da parlamentar se faz presente no cotidiano de crianças do primeiro ao
quinto ano do ensino fundamental desde agosto de 2018.
“Ter o nome da Marielle na escola é uma honra muito grande.
As próprias crianças e a comunidade falam, têm um carinho muito grande com a
instituição e a vereadora. Não abordamos a Marielle só em datas especiais. Os
projetos, na maioria das vezes, são focados exclusivamente na vida dela”,
afirma a primeira diretora da escola, Suzane Areiolo, de 33 anos.
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De acordo com a professora, a instituição realiza ações
pautadas na vida e filosofia da vereadora. Em 2018, ano em que Marielle foi
assassinada ao sair de um compromisso público, a escola apostou em um projeto
sobre a carreira política e pessoal da parlamentar.
No ano seguinte, o colégio buscou transmitir aos alunos
valores que a vereadora acreditava e lutava, como o ubuntu. O termo em
português significa “humanidade para com os outros” e foi uma das fontes de
inspiração para Nelson Mandela, uma das lideranças contra o Apartheid, na
África do Sul, no final do século passado.
Nunca a filosofia Ubuntu "Eu sou porque nós
somos", fez tanto sentido pra mim.
“Focamos no 'ubuntu',
filosofia que a Marielle acreditava. A partir disto, trabalhamos os valores de empatia e
solidariedade. A gente sempre reintegra os valores da Marielle”, diz Areiolo.
Além da narrativa inspiradora da parlamentar, a escola evita
tocar na temática da morte trágica de Marielle e de Anderson, assassinados a
tiros, no dia 14 de março, na região central do Rio.
“A gente evita falar muito sobre o assassinato devido às
circunstâncias dos acontecimentos. Nós tocamos no nome do Anderson quando
falamos da morte, mas não é nosso foco. Nós tentamos adaptar de acordo com a faixa etária de cada
criança, mas sempre com o objetivo de mostrar que eles podem chegar aonde quiserem,
assim como a Marielle".
Marielle no Brasil e no mundo
A memória de Marielle não é celebrada só no Complexo da
Maré, local da escola que leva o nome da parlamentar, ou na Câmara Municipal do
Rio de Janeiro, onde batiza a tribuna da Casa. A história da vereadora também
virou museu com a Casa Marielle Franco, no centro do Rio. O espaço conta com
uma exposição permanente que retrata a luta dela pela representatividade das
minorias.
Ainda na capital do Estado, Marielle também batiza a concha
acústica da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e uma rua na região
central da cidade. Além do Rio, outras cidades pelo Brasil, como a capital de
São Paulo e Fortaleza, no Ceará, decidiram prestar homenagens a ativista dos
direitos humanos.
O legado de Marielle também atravessou o Atlântico. A
vereadora ganhou também um mural em Lisboa, como parte do projeto Brave Walls,
e um jardim, em Paris, na França.
Fonte: R7
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