Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do
presidente Jair Bolsonaro, criticou as decisões recentes dos ministros do STF
(Supremo Tribunal de Federal) Alexandre de Moraes e Celso de Mello.
Em live nesta quarta (27) ao lado de alvos da ação contra
fake news, ele defendeu reagir energeticamente contra a corte. "Temos de
pontuar, diagnosticar o problema e depois começar a tomar algumas
atitudes", afirmou o deputado.
A Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão
nesta quarta-feira (27) no chamado inquérito das fake news, que apura ofensas,
ataques e ameaças contra ministros do Supremo. Políticos, empresários e
ativistas bolsonaristas estão entre os alvos da investigação.
O filho do presidente Jair Bolsonaro participou de live do
Terça Livre, canal mantido pelo blogueiro Allan dos Santos, um dos alvos da
operação desta quarta, ao lado da deputada Bia Kicis (PSL-DF), o escritor Olavo
de Carvalho e o médico bolsonarista Ítalo Marsili. Kicis vai ser ouvida na
investigação.
Policiais também buscaram provas nos endereços do
ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, do dono da Havan, Luciano
Hang, e de assessores do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL).
Eduardo concordou com a insinuação do blogueiro Allan dos
Santos de que outros Poderes estariam conspirando contra o governo e criticou a
postura de aliados que tentam buscar diálogo na atual crise política.
"Até entendo quem tem uma postura moderada para não
chegar num momento de ruptura, de cisão ainda maior, de conflito ainda maior.
Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos, mas falando
abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas de
quando isso vai ocorrer. Essas reuniões aqui que o Allan está falando de altas
autoridades, até mesmo de dentro de setores políticos, a gente discute esse
tipo de coisa", afirmou.
O deputado afirmou que pode ser o próximo alvo da corte. Ele
também criticou as decisões de Celso de Melo no inquérito que investiga a
suposta interferência do presidente na PF.
"Se a gente mantiver essa postura colaborativa, amanhã
eles vão entrar na nossa casa", afirmou.
Durante a discussão, o escritor Olavo de Carvalho e o médico
Ítalo Marsili criticaram os militares e o STF.
"Esse Alexandre de Moraes não tem de ter direito de
falar. Eu sou a favor da pena de morte para esses caras", afirmou Olavo.
O presidente ficou irritado com a operação autorizada pelo
STF que atingiu deputados da base e apoiadores. Ele se reuniu com ministros
para definir uma estratégia de reação ao STF.
No encontro, segundo auxiliares presentes, o presidente
avaliou como absurda e desnecessária a investigação contra aliados do seu
governo, considerou que se trata de uma retaliação e reforçou que o Poder
Executivo não pode aceitar calado.
A primeira medida que ficou definida é que a AGU
(Advocacia-Geral da União) ingressará com pedido de habeas corpus para que o
ministro da Educação, Abraham Weintraub, não preste depoimento ao STF.
Ele foi intimado no mesmo inquérito que apura o disparo de
fake news por aliados do presidente.
Fonte: Folha PE
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